Almoço Comunitário

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Felicidade: é o que acontece quando compartilhamos nossas vidas.

sábado, 15 de outubro de 2011

Sermão Domingo 16/10/2011

Próprio 24 - Ano A
Is 45.1-7; Sl 96.1-9; 1ª Ts 1.1-10; Mt 22.15-22
A Igreja Anglicana, em nível mundial e diocesano, continua vivendo um importante e decisivo momento. Deus tenta nos sintonizar com o lugar em que nós devemos atuar, ou seja, como agir atualmente e como atrair mais pessoas para dentro da Igreja.
Precisamos perceber que a Palavra de Deus ilumina todas as dimensões da nossa vida e a dimensão social e política estão incluídas. Quando digo "política", não falo da política partidária ou como busca do poder, ou como malandragem, mas como cultivo das nossas relações como pessoas, isto é, como promoção do bem comum individual e de cada membro de cada família como parte de um grupo. O cristão não pode afirmar que, quando vai à Igreja, vai para desligar-se das realidades do mundo real para só pensar no religioso, pois tanto sua participação no culto como toda a sua ação vivida como parte do povo deverá estar cheia da dimensão religiosa e conseqüentemente a sua participação no culto deve estar cheia da sua vida no mundo. Em tudo, somos chamados a promover o Reino de Deus, a viver Cristo em nossas vidas e manifestá-lo em qualquer situação.
O Evangelho deste Domingo mostra Jesus no confronto com os fariseus, procurando pô-lo à prova. Qual a sua opinião: Devemos pagar imposto a Cezar? Dar-lhes uma resposta sábia sobre esta questão do imposto a pagar a César: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
O que era de César? A moeda é símbolo do poder econômico do Império Romano, do mundo. Quem quer negociar no mundo tem que alimentar o poder mundano. Mas podemos perceber que todo o peso da resposta recai sobre a última parte da frase: “Daí a Deus o que é de Deus”.
E o que é de Deus?
Nós somos imagem e semelhança de Deus porque temos vida que pertence a Deus e não a nós. Não temos a vida mas estamos na vida pela Graça de Deus. Somos mortais, formados da terra, e para a terra haveremos de retornar. A terra é um corpo celestial, parte do Universo criado por Deus e fomos criados com partículas de parte da criação, por isso Deus disse: “Tu és pó, e ao pó voltarás”. Todos descemos ao pó, nosso corpo, nossa mente, nossa vida pertence a Deus que permite que esse milagre aconteça. Por isso somos criaturas de Deus. Portanto temos que nos entregar inteiramente ao nosso criador e mantenedor, Deus, estarmos inteiramente a serviço de Dele. Ter uma fé ativa, um viver capaz de sacrifícios e uma firme esperança em Jesus Cristo seguindo o exemplo da comunidade de Tessalônica. Eles se converteram completamente a Deus. Voltaram-se para Deus com o objetivo de servir ao Deus vivo e verdadeiro e através do testemunho deles a fé que eles tinham em Deus se espalhou por toda a parte.
O discípulo de Cristo não pode fazer uma separação entre a dimensão religiosa de sua vida e a dimensão civil ou política. Todas as realidades deste mundo devem conduzir a Deus. Nós, cristãos, não podemos sair do mundo e retirar o mundo da dimensão Divina, mas, como fermento, somos chamado a transformar este mundo.
A criação de Deus não depende de nós. Mas é importante vivermos também através da promoção da família não apenas de sangue, mas também a família da fé. O importante é honrar a Deus na igreja através do nosso culto de louvor e na nossa existência, como membros ativos de uma sociedade. Tudo deve estar a serviço de Deus. Mesmo os poderes deste mundo devem estar a serviço do Reino de Deus na nossa concepção de mundo.
Cada pessoa é chamada a construir uma sociedade mais justa e fraterna, cada qual na sua condição, com seus dons, trazendo suas experiências para a família de fé onde celebramos vitórias iluminados e fortalecidos pela Palavra de Deus amparados pelos Sacramentos.
A mensagem do Evangelho de hoje deve tocar no fundo do nosso coração, deve sacudir nosso viver iluminados pela Fé. Enquanto não agimos no mundo com sabedoria e astúcia, o inimigo (ou Satanás) que age também no nosso viver, agirá contra a união dos povos, contra a união das famílias, se não agirmos politicamente como Deus quer, o inimigo de Deus fará a sua política, ou seja, nossas famílias se esfacelarão. Só nos resta uma escolha: Dar a Cezar o é de Cezar; ou a Deus o que é de Deus. A Cezar é o poder do medo que domina por opressão - e a Deus é o poder do amor que se dispõe a amar. Quem domina, castiga para dominar através do medo - e quem ama, é solidário, humilde, perdoa e ama por perceber que não é nada e que o nada, com Deus é tudo e só por amor pode continuar vivo.
Que Deus nos ajude a agirmos com sabedoria em meio a tantas pessoas que cobram nossa posição de discípulos e discipuladores do Rei da paz, Jesus Cristo, que foi isento de lado porque Ele é o todo, o lado justo e que nos aponta o melhor caminho. Ele é o parâmetro, a força, a sabedoria, a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade. Porque Dele é tudo quanto existe, Dele é o Universo. Esse é nosso Deus a quem devemos dedicar nossas vidas - “a Deus o que é de Deus”.
Amém.

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