A Santíssima Trindade é um dogma da Igreja de Cristo, uma proposição teológica de fé. Dessa forma, é absolutamente verdadeiro, para toda pessoa cristã, a existência de um único e mesmo Deus; criador do céu e da Terra e de tudo que nela há.
Sobre a Santíssima Trindade, o Concílio de Latrão (1215) assim se manifestou: "Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Deus Eterno, Verdadeiro, Imenso, Imutável, Incompreensível, Onipotente e Inefável; Pai, Filho e Espírito Santo; três pessoas ,certamente, mas uma só essência, substância ou natureza absolutamente simples. O Pai não vem de ninguém; O Filho apenas do Pai; e o Espírito Santo de Um e de Outro, sem começo, sempre, e sem fim".
Esse Deus, que é eternamente um único e mesmo Deus, possui três Pessoas, eternamente, unidas na Sua constituição. O Deus - Pai, o Deus - Filho e o Espírito - Santo, formam, portanto, uma unidade eterna, como revelada pelos evangelhos, São João evangelista, observa "E estes três são um" ( 1ª Jo 5.7). As Três Pessoas encontram-se unidas em substância. Cada uma das três pessoas da Santíssima Trindade é plenamente Deus. Isto quer dizer que "o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo, todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho, é o mesmo Deus único" .
Essa última definição do credo é uma afirmação teológica segundo a qual o Espírito Santo procede do Deus-Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho, é o mesmo Deus único. O Espírito Santo, que é a terceira Pessoa da Trindade, é Deus - uno e igual ao Pai e ao Filho - da mesma substância e também da mesma natureza. Contudo, não se diz que Ele é somente o Espírito do Pai, mas, ao mesmo tempo, o Espírito do Pai e do Filho" .
Não há nenhum rebaixamento no grau de adoração da Terceira Pessoa da Trindade nessa definição; isto porque, quando afirmamos ser o Espírito Santo também originário do Deus Filho, ela obedece aos dizeres do próprio evangelho, quando o evangelista João diz que " No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."(Jo 1.1).
Se o verbo "é" Deus, o Espírito Santo necessariamente deve provir d'Ele. Além disso, a Santíssima Trindade foi uma verdade teológica revelada pelo Deus-Filho, pelo Cristo. Antes da vinda de Jesus não se cultuava Deus na forma trinitária, portanto, foi com a promessa consumada por Nosso Senhor Jesus Cristo, que a Trindade nos foi revelada.São Paulo observa na Epístola aos Romanos: "a revelação do mistério que foi ocultado durante muitas gerações, mas está agora revelado e, por meio dos escritos proféticos, tornou-se conhecido a todas as nações" (Romanos 16.25-26).
A complexa idéia do Deus trino e uno é objeto de muita controvérsia, e motivo para o surgimento de várias heresias. A compatibilização de divisões na unidade divina, parece ser o centro das dificuldades geradas na doutrina cristã. O que diferencia as três Pessoas da Santíssima Trindade são apenas as relações estabelecidas entre elas. O que distingue as três Pessoas da Santíssima Trindade é, portanto, o relacionamento existente entre elas; "nas relações que as referem entre si "; jamais na substância. As três Pessoas da Santíssima Trindade compartilham a mesma substância divina.
Exemplos neotestamentários desse relacionamento entre as Pessoas da Santíssima Trindade, encontramos em algumas passagens como no evangelho de São João, capítulo 14. "Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. 9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim, vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? 10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. 11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. 12 Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. 13 E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. 15 Se me amais, guardai os meus mandamentos. 16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; 17 O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. 18 Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. 19 Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. 20 Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. 21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele" . (Jo 14.8-21)
O Deus-Filho, a Segunda Pessoa da Trindade foi definido pelo I Concílio de Nicéia (325 d.C.) como possuidor de duas naturezas e duas vontades, unidas; mas imisturável. O Filho de Deus é plenamente homem, e plenamente Deus; consubstancial ao Pai.("homousia"); partícipe, portanto, da mesma substância do pai. Jesus Cristo, segundo as definições do Concílio de Nicéia — em resposta à heresia de Ário — é definido como "Deus de Deus", "Luz da Luz", "Verdadeiro Deus de Verdadeiro Deus". O Cristo é as primícias dos que dormem; - a imagem do homem futuro revestido da imortalidade - Jesus Cristo é, portanto, verdadeiramente, homem e verdadeiramente Deus, inteiramente homem e inteiramente Deus, homem perfeito. Gerado, porém, jamais criado. O Deus Filho é um invento de Deus. Ele é o Verbo, incriado, através do qual tudo foi feito, Ele é o princípio que sustenta tudo que existe.
Diz o Novo Testamento: "O qual, sendo de condição divina, não reteve avidamente o fato de ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem..." (Fl 2.6-7).
Diz também São João, evangelista logo ao iniciar seu evangelho "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós..." (Jo 1.14). Cada uma das três pessoas da Santíssima Trindade deve ser cultuada igualmente, objeto da mesma adoração.Todas as três pessoas possuem igual divindade. Não há hierarquia na Santíssima Trindade. O próprio Cristo afirmou inquestionavelmente: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30); além de ordenar aos apóstolos que levassem seus ensinamentos bem como a administração do batismo em nome das três pessoas (Mt 28.19).
A doutrina da Santíssima Trindade pode ser entendida assim: "A fé é esta: que veneremos o único Deus na Trindade, e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância: pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade" .
Então, quando Deus atua, são sempre as Três Pessoas que atuam. Contudo, cada uma das Pessoas da Santíssima Trindade realiza uma obra específica. O Cristo julga e salva, o Espírito Santo anima a vida e conduz a Igreja.
Deus- Pai é o criador do mundo; Deus- Filho é a salvação ofertada por Deus aos homens, através da segunda Pessoa da Trindade que há de vir no Fim dos Tempos para julgar os vivos e os mortos. O Filho de Deus é o modo como Deus revela-Se ao ser humano, na plenitude dos tempos.
O Espírito, Santo anima a vida, conduz a Igreja e unge seus filhos e filhas com Seus dons de cura, sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza ciência, piedade, e temor de Deus .
A Santíssima Trindade é uma verdade de fé, um mistério. Objeto de crença e não de entendimento pleno. Mais importante que destrinchar o mistério da Santíssima Trindade é praticar a caridade e o amor ao próximo. Assim diz o Cristo na unidade da Santíssima Trindade.
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