Almoço Comunitário

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sábado, 24 de julho de 2010

Sermão Próprio 12 / Ano C / 2010 - Pai Nosso

Leituras Bíblicas - Gn 18.20-33; Sl 138; Cl 2.6-15; Lc 11.1-13.
As Leituras próprias para o dia de hoje nos convidam a refletirmos sobre um dos elementos essenciais da vida cristã que é a ORAÇÃO. Mas o que é Oração? Como fazê-la? Os textos bíblicos nos dão dois exemplos concretos de Abraão e de Jesus.
Na 1ª Leitura, Abraão ora, intercedendo por Sodoma e Gomorra. É a primeira vez, na Bíblia, que um homem inicia uma conversa com Deus. Sua oração é um diálogo humilde, reverente, respeitoso, mas também cheio de confiança, de ousadia e de esperança, com Deus. Não foi a repetição de fórmulas decoradas ou lidas, "mastigadas" às pressas, mas um diálogo no qual apresenta a Deus as suas inquietações, as suas dúvidas, os seus anseios, e tenta perceber o projeto de Deus para a humanidade.
A 2ª Leitura nos convida a vivermos de forma renovada, pois fomos libertados pela obra redentora de Cristo na cruz.
No Evangelho, JESUS ora e ensina a orar. Lucas é o evangelista da oração de Jesus. O objetivo não é ensinar uma fórmula fixa, que os discípulos deveriam repetir de forma decorada, mas propor um modelo, o espírito que deve estar presente em todas as orações feitas por uma pessoa que segue ao Cristo. Uma conversa de filho para Pai. (em Lucas 5 pedidos; em Mateus 7)
1. A Introdução apresenta o contexto em que Jesus ensinou o Pai Nosso. Jesus estava orando... Um dos discípulos pediu: "Ensine-nos a orar..." Jesus respondeu: "Orem assim: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano; E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve; e não nos conduzas em tentação, mas livra-nos do mal." (Edição Revista e Corrigida)
2. A Oração: Começa com a pergunta:- Que imagem temos de Deus? De um patrão exigente, um juiz severo, do qual se deve ter medo?
Na realidade Deus é PAI e é Nosso (Dá-nos e não dá-me), não é apenas meu e isto já está salientado no início da oração. "Santificado seja o teu nome..." "Glorificado seja o Teu Santo nome" seria uma tradução mais fiel... mas quando? Quando é ovacionado com salva de palmas? ou quando a Salvação alcança o coração de todas as pessoas? "Venha o teu Reino..." Um Reino de Justiça, de Amor e Paz, de Liberdade e de Fraternidade...; "Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano..." porque todos precisamos do pão e as coisas necessárias para uma vida digna e sadia. Isso não dispensa o nosso esforço e o nosso trabalho e se é "Nosso" é "de todos..."; "E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve..." Ou seja, não é possível orar esta oração, tendo ódio no coração e muitas vezes, o amor e a união só são possíveis pelo caminho do perdão...; "E não nos conduzas em tentação, mas livra-nos do mal..." Aqui Ele está falando especialmente sobre o abandono da fé, dos projetos do Pai para abraçar o plano de Deus para o mundo...
3. Pensando assim, podemos salientar que as duas Parábolas completam esta idéia: A 1ª salienta a eficácia da Oração perseverante: O "Amigo inconveniente" é atendido: "Peçam, e receberão; procurem, e acharão; batam, e a porta se abrirá...". A 2ª convida à Confiança em Deus e lembra o afeto paternal para com os filhos... "Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo àqueles que pedirem!"
Ou seja, não basta orar... devemos orar como convém... A Oração deve unificar a vida de uma pessoa com Deus, deve impregnar sua vida a cada dia. O dia não é uma "gaveta" isolada. O que dizer de fórmulas "milagrosas", das "orações poderosas?" Das orações comerciais, ou das promessas: "dou, se me deres?" Dos decepcionados, quando não são atendidos?
O Valor da Oração não está condicionado ao tamanho da "prenda" paga pela promessa ou o tamanho da vela acesa ou ao número de vezes que repetimos a mesma oração; ou ao comprimento do caminho a ser vencido, da escada a ser subida de joelhos; À fórmula milagrosa; Ao lugar em que fazemos a oração; Mas, ao espírito de FÉ e AMOR com que fazemos a oração...
ORAR é um diálogo familiar com Deus, que brota de um ato de fé e de um ato de amor e que nos leva a entrar no Plano, na intenção de Deus: "Seja feita a Tua vontade..." ou seja, ORAR não é apenas falar com os lábios, mas também com a inteligência, com o coração e com toda a nossa vida...
Mas será que temos tempo para orar? Quando é que nos lembramos de orar? Só nos momentos de dificuldades, como que buscando a um pronto-socorro? E quem é Pai, mãe, avô, avó, tio ou tia, ora profundamente a ponto de provocar o pedido: "Tu me ensina a rezar?"
Estamos reunidos, porque acreditamos na Oração. A oração deve marcar a nossa vida, de maneira que impressione também os que aqui não vêm! Estes devem perceber em nós a alegria de alguém que se encontrou com Deus na oração!
Se ainda não conseguimos isso, façamos nosso, este pedido dos apóstolos: "Senhor, ensina-nos a orar...".

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