Paróquia do Redentor - Porto Alegre
Somos uma comunidade composta por pessoas consagradas e comprometidas umas com as outras e com Jesus Cristo.
Almoço Comunitário
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Sermão 26/02/2012 - 1º Domingo da Quaresma - Ano B
Estamos hoje no 1º domingo da quaresma, tempo especial para refletirmos sobre fé. Estamos no início da QUARESMA e este é o grande retiro espiritual dos cristãos em preparação para a Páscoa. É o coração da fé cristã. É a oportunidade para vivenciarmos uma experiência mais forte com Deus... As Leituras bíblicas sublinham dois aspectos dessa realidade: Estarmos fisicamente com um grupo cristão ou vivenciarmos a fé em Deus através de um grupo cristão.
A 1a Leitura nos apresenta a aliança entre Deus e Noé. Através do dilúvio, que durou 40 dias e 40 noites, Deus purificou a humanidade corrompida. Na linguagem mística da Bíblia, o Dilúvio representa o grande batismo de toda a humanidade, que renasceu das águas para estabelecer uma nova Aliança. E o arco-íris é o símbolo que o povo encontrou pra representar o sinal dessa Aliança.
Na 2a Leitura, São Pedro nos lembra que, diante dos sofrimentos, o modelo de sofrimento sempre é a morte de Jesus pela qual recebemos a salvação. No tempo de Noé um pequeno grupo foi salvo enquanto que a maioria morreu. No tempo de Jesus com a morte do único justo, aqueles também tiveram a oportunidade de estar diante da justiça divina e também foram purificados. No nosso tempo, os batizados testemunham para os não batizados na tentativa de que estes se convertam e se purifiquem através do testemunho santo dos santos como na imagem das águas purificadoras do Batismo.
O Evangelho nos fala do texto como se fosse a Quaresma de Jesus no Deserto. Um período de tentação no deserto que nos mostra um ensinamento para a vida inteira. "O deserto", na linguagem bíblica, é o lugar do encontro das pessoas com Deus. Foi no deserto que o Povo experimentou o amor e a boa vontade de Deus e foi no deserto que Deus propôs a Israel a Aliança. Mas o deserto também foi o lugar da "prova" de fogo de Jesus e do povo de Deus. No deserto Israel sentiu, várias vezes, a tentação de escolher caminhos contrários aos propostos por Deus…
Me parece que, para Jesus, o "deserto", além de ser o "lugar" do encontro com Deus, também é o lugar do discernimento dos planos de Deus. E é o "lugar" da prova, enfrentando a tentação de abandonar Deus e de seguir o próprio caminho. "Quarenta dias" é um número simbólico, que lembra esta caminhada do Povo no deserto e a experiência de Moisés e Elias. "Satanás" é a representação individualizada daqueles que se opõem aos ideais de Deus. "As tentações" simbolizam as provações que Jesus teve de enfrentar ao longo de sua vida pra se manter fiel à missão confiada a Ele por Deus.
Jesus confrontou-se com caminhos, com propostas de vida: fidelidade aos ideais de Deus; ou ideais pessoais, ou percorrendo o caminho do poder, que leva a violência, ao autoritarismo. Se prestarmos atenção, a vida de Jesus é uma luta constante de superação até a vitória definitiva na cruz, através da Ressurreição. Ele escolheu viver na obediência aos ideais do Pai que propõe um mundo melhor, mais solidário. Após ser Batizado e ter superado as tentações no DESERTO, naquele clima de oração e penitência, Jesus inicia o seu trabalho apostólico, anunciando a conversão porque "O Reino já chegou..." nada há mais para esperar. Podemos resumir o espírito da Quaresma que estamos iniciando, com este pensamento. No deserto da vida, todos somos continuamente tentados contra os ideais de Deus e neste sentido também somos convidados à conversão e a crer no evangelho.
Então, o que é a Quaresma?
Será um período que arranca o pecado do coração do ser humano? Ou é um período que buscamos os sinais de Deus em nossas vidas na construção do caminho da Salvação?
QUARESMA é CONVERÇÃO e FÉ: "Converter-se" é muito mais que sermos penitentes ou nos privarmos de alguma coisa. A conversão acontece quando fazemos com que Deus seja o centro de nossa existência e ocupe sempre o primeiro lugar em tudo o que fizermos. E "ter fé" não é apenas aceitar um conjunto de verdades intelectuais. Mas é participar dos ideais cristãos, escutar as propostas de Jesus, acolhê-las no coração e fazer delas, o centro de nossas vidas.
Como é meu compromisso com Jesus Cristo? Lembro das promessas que foram feitas no batismo que confirmei diante do Bispo?
Concretamente, qual tem sido o meu gesto?
- O que pretendo fazer nesse tempo de Quaresma?
- Planejei concretamente alguma coisa?
- Quais meus momentos de Oração... de Deserto durante esta quaresma?
- Este ano temos a escolha de um dos pastores pra ser pastor dos pastores, bispo! Qual tem sido minha atitude de oração diante dessa realidade?
- Essa escolha deve levar essa parte da igreja a dar um testemunho positivo ou negativo, qual minha contribuição de fé neste aspecto?
Só através desse tempo consagrado a Deus é que a Páscoa vai acontecer nas nossas vidas... Vamos aproveitar mais essa quaresma para fazer uma avaliação da nossa caminhada na fé e ver como melhorar nosso testemunho.
Que Deus nos abençoe e nos ajude a viver esse tempo de quaresma em fervoroso contato com Ele de forma que, através de nossas palavras e ações, outros sejam motivados a seguir este mesmo caminho onde a justiça e a solidariedade sejam um sinal de vida em meio a tanto sinal de morte. Amém.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Sermão 3º Domingo depois da Epifania - Pescadores de Homens
Sermão 22/01/12 3º Dom. Depois da Epifania
Jn 3.1-5.10; Sl 63.1-8; 1ª Cor 7.29-31; Mc 1.14-20
Pescadores de homens
Nos textos bíblicos para hoje continua o tema do Chamado. A resposta das pessoas passa pelo caminho da conversão e pela identificação com Jesus.
Na 1ª Leitura, encontramos o envio de Jonas a falar aos habitantes de Nínive. A disponibilidade dos ninivitas em escutar os apelos de Deus e em percorrer o caminho de conversão.
Na 2ª Leitura, São Paulo convida os cristãos a se conscientizarem de que as realidades e valores deste mundo são passageiros. Fala do convite de Deus a darmos prioridade aos Seus valores, à conversão aos valores ensinados pelos seus enviados.
Encontramos no Evangelho, Jesus convidando os primeiros discípulos a lhe seguirem. O seu chamado é muito forte: "O tempo já se completou… o Reino de Deus está próximo". Então, esta expressão “Reino de Deus” resume a esperança daquele povo num mundo novo de Paz e de abundância preparado por Deus. Era um fato esperado há muito tempo. Jesus está afirmando que este tempo da espera já acabou. O Reino de Deus já chegou, ele já está presente, as promessas estão se realizando.
E para que isso aconteça temos duas Condições: a 1ª é necessário que haja conversão… e a 2ª é necessário acreditar no evangelho...
Mas é necessário entendermos que, para que aconteça a conversão, a mudança deve acontecer de dentro pra fora, ou seja, mudar a mente e o coração, reformular os valores de vida, para que Deus ocupe sempre o primeiro lugar em nossa vida e não seja colocado em segundo plano. Conversão é rever e remover tudo aquilo que, no nosso coração, nos afasta de Deus e das pessoas… e para que isso aconteça é necessário entender que a conversão não é apenas para os outros ela deve acontecer dentro do cristão sempre. E crer no evangelho não quer dizer apenas que devemos “conhecer” o que está escrito na Bíblia, conhecer é viver o que se sabe.
E nós, vivemos de fato este espírito do Evangelho?
Amar a Deus sobre todas as coisas, colocar Deus em 1º lugar na vida, e amar ao próximo como amo a mim mesmo, ou seja, fazer aos outros aquilo que quero que façam pra mim, é esta a minha atitude?
Deus está nos Convidando para continuarmos e completarmos esse trabalho. Cristo convida os primeiros quatro apóstolos e continua, hoje, nos convidando, quando Ele diz: "Vem comigo… farei de vocês PESCADORES DE HOMENS". Ele escolheu pessoas pobres, desconhecidas, aparentemente grosseiras… Pareceria mais lógico que a escolha recaísse sobre os sacerdotes, os fariseus e escribas de sua época, que eram profundos conhecedores das escrituras. Mas, não foi isso que aconteceu. A escolha foi outra! Por que?
Mais uma vez Deus provou que a grandeza das coisas não aparece na imponência dos fatos ou das pessoas, mas na humildade, na simplicidade, onde geralmente existe mais solidariedade e fé, mais disposição e desprendimento… O verdadeiro modelo de toda vocação cristã é apresentado por Jesus e é sempre uma iniciativa Dele dirigida a pessoas "normais". Não acontece enquanto estão rezando ou fazendo algo de extraordinário, mas enquanto estão simplesmente exercendo a sua profissão. É uma iniciativa radical e incondicional: exige que o "Reino" se torne o valor fundamental, a prioridade, o principal objetivo do discípulo. É um chamamento para aderir à Sua pessoa, para fazer com Ele uma experiência de vida, para aprender com Ele a ser uma pessoa nova que vive em amor a Deus e aos irmãos. Exige uma resposta imediata, total e incondicional, que deve se sobrepor a todo o resto no seu seguimento.
O chamamento para integrar a comunidade do "Reino" não é algo reservado a um grupo especial de pessoas, com uma missão especial no mundo e na Igreja; mas é algo que Deus dirige a todas as pessoas. Todos os batizados são chamados a ser discípulos de Jesus, a "converter-se", a "acreditar no Evangelho", a seguir Jesus nesse caminho de amor e de dom da vida.
Ele continua dirigindo, ainda HOJE, o mesmo apelo: "Venha após mim que Eu farei de vocês pescadores de homens...” Se tivermos medo, se nos sentirmos incapazes para tanto, olhemos esses pescadores da galiléia… pobres e ignorantes, mas com uma generosidade sem limites… Largaram tudo e seguiram a Jesus…
A nós também, ele continua exigindo as mesmas condições, para poder segui-lo. Renovemos a nossa fé para compreendermos a grandeza desse convite e assim teremos a generosidade necessária para também nós o seguirmos… Amém.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Sermão - 2° Dom depois Natal - Ano B
Leituras - Eclo 3.3-7,14-17; Sl 84.1-8; Cl 3.12-17; Lc 2.41-52. -
Revestir-se com o amor de Cristo -
Ao começar um novo ano desejamos uns ao outros Paz, Saúde, Amor e felicidade... A Palavra de Deus nos mostra o que fazer para que esse desejo se torne realidade. Para que a paz de Cristo reine em nossos corações, precisamos nos vestir de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Precisamos aprender a perdoar e nos revestir, acima de tudo, com o amor que é o laço que nos une a Deus e assim, "a paz de Cristo" estará em nossos corações. Mas a paz não é ausência de conflitos, de divergências. A paz acontece quando aprendemos a resolver conflitos de forma pacifica, agindo com sabedoria. Se nos revestirmos do amor de Deus, a paz será construída; as relações irão se tornando cada vez mais solidárias e amorosas.
Na realidade, a paz depende de como somos formados na nossa família. E a família está em profunda transformação. Diversos fatores influem nesta transformação. A sociedade se transformou em sociedade industrial e urbana, de maneira que a ocupação das pessoas se tornou diversificada. A estrutura atual da sociedade exige que a maioria das pessoas trabalhe ou busque alguma ocupação na sociedade. Os meios de comunicação contribuem fortemente para que a família esteja diferente daquela apresentada como modelo pela Bíblia. A propagação dos valores transitórios relativizam os valores estáveis de fidelidade, de doação de um ao outro no amor, no respeito!
É interessante perguntar pelas causas desta realidade. Sem dúvida, a família está inserida numa estrutura mais global, onde a economia e a educação estão a serviço dos interesses de grupos e indivíduos privilegiados. Por isso não se pode falar da família como se tratando da família dos outros. È a nossa própria família que está envolvida. Todos somos atingidos. Algumas famílias ainda são testemunhas dos autênticos valores familiares. Mas mesmo estas estão sendo atingidas pelas mudanças da sociedade atual e passam por grandes dificuldades para conservarem estes valores.
Jesus nasceu em uma família como quase todos nós. Não foi exceção. Foi apresentado no Templo como todo filho primogênito do seu tempo, oferecendo um sacrifício. O sacrifício oferecido é uma espécie de resgate, como o nosso batismo.
Muitas famílias pensam que educam seus filhos para si mesmas. Quando a gente pensa um pouco mais profundamente, entende que os filhos são entregues por Deus à famílias para serem educados para viverem neste mundo que divide a família. Precisamos entender que cada pessoa tem a sua própria missão. A missão dos filhos não é a dos pais. Por isso, respeitar a família e honrar pai e mãe não significa ser submisso a eles durante toda a vida. Ajudar quando da velhice dos pais não quer dizer renunciar à sua própria missão, mas acolher os pais em suas necessidades.
Jesus, é o filho protótipo de uma família, mas também é a «luz das nações». Dessa forma Ele é anunciado e assim Ele vive sua vida. Ele é o Salvador de todas as pessoas e de todas as famílias. Assumindo esta realidade, redime também esta dimensão humana. Toda a família é um lugar onde Deus se faz presente. Assim como Ele assumiu sua família em Nazaré, também assumiu todas as nossas famílias. Crer em Jesus de Nazaré é se deixar atingir pelo convívio familiar com a sua presença. Cada um assume sua própria missão, animando-se uns aos outros na fidelidade a Deus. Esta fidelidade se manifesta na imensa dedicação de um para com o outro. Ninguém é isolado na família que se deixa envolver pela fé em Jesus Cristo. Hoje, muitas vezes, as famílias querem se fechar em si mesmas como defesa aos vários problemas que a ameaçam. Na verdade, também, a família como tal, tem uma missão a cumprir. Ela precisa se abrir, assumir seus problemas, e ser efetivamente um sinal dos verdadeiros valores ensinados por Cristo.
Ao analisar os problemas da família atual e refletindo sobre Jesus presente em sua família e assumindo todas as famílias, nenhum cristão pode ficar passivo diante do desmantelamento da família como primeiro local de formação e convívio social. Somos chamados a um posicionamento real diante dessa questão. Pensemos um pouco na importância da educação do amor dos cônjuges. Quando a propaganda divulga apenas o prazer, os casais precisam encontrar no seu próprio seio a força para educar o valor da entrega mútua e da fidelidade. Os apelos de «libertação» desordenada feitos aos jovens exigem uma reflexão mais profunda sobre a verdadeira liberdade e um exercício efetivo desta liberdade no convívio familiar. Assim, a família, que gera e sustenta a vida, está chamada a defender todas as dimensões da vida diante das questões que a ameaçam.
São Lucas nos apresenta a família de Jesus cumprindo os seus deveres religiosos. O menino os perturba permanecendo por sua conta na cidade de Jerusalém e após três dias o encontram. Temos aqui um diálogo difícil, parece um desencontro; começa com uma censura: "por que você fez isso conosco?". A pergunta dos pais surge da angústia que sentiram. A resposta de Jesus causa surpresa: "por que me procuravam?" "não sabem que eu devo estar na casa do meu Pai?".
Isto nos mostra que José e Maria estavam aprendendo, por isso "não compreenderam". A fé, a confiança supõe sempre um caminho. Enquanto isso, crentes, Maria e José amadurecem sua fé em meio a perplexidades, angústias e alegrias. As coisas irão se tornar gradativamente mais claras. Eles vão descobrindo aos poucos o sentido da missão de Jesus. Esta lição nos mostra que a proximidade a Jesus não livra ninguém do difícil processo na compreensão da vontade de Deus. Seus pais são os primeiros evangelizados. Eles deveriam também reconhecer os sinais. Na medida em que Jesus cresce, vai transparecendo a sabedoria e a graça divina presentes n’Ele.
O mais Importante não é o desenvolvimento da inteligência, mas da «graça», ou seja, da bondade e lealdade que une Deus e o ser humano, a faísca do Criador na criatura, que faz com que o contato com uma pessoa «cheia de graça» se transforme numa manifestação do próprio Deus. Jesus crescia partilhando com as pessoas a sabedoria divina e transformando-a em manifestação do carinho de Deus para com o ser humano. Isso nos mostra que nós, seguidores de Cristo, devemos crescer acima de tudo em sabedoria e graça, diante de Deus e diante das pessoas. Não devemos nos condenar por não saber reconhecer os sinais na nossa família mas pedir que Deus nos dê sabedoria para reconhecê-los.
Que Deus nos ajude a viver este novo ano revestidos do seu amor, desenvolvendo a cada dia os sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência e promovendo assim a Paz tão desejada em nossa família de sangue e de fé. Que cada um faça a sua parte para viver em paz, cultivando a saúde e a felicidade, transparecendo a graça de Deus para as outras pessoas através de sua família, assim como Jesus o fez. Amém.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Sermão 1º Domingo após o Natal - 01/01/12
Leituras - Ex 34.1-8; Sl 8; Rm 1.1-7; Lc 2.15-21
Sempre estamos nós, simples mortais, em dificuldades, em encontros e desencontros. Dificuldades diante da luz e escuridão, do bem e do mal, do frio e do calor, da saúde e da doença, da fome e da fartura, da pobreza e da riqueza, da juventude e da velhice, da força e da fraqueza, de superiores e de súditos, de Médicos e de doentes. Em última análise toda a existência humana e todos os nossos caminhos estão marcados por esta encruzilhada do encontro ou desencontro, da vida e da morte, do ódio e do amor, do egoísmo e do amor ao próximo. E tudo indica que, apesar da encruzilhada sempre vence a vida, estamos fatalmente sub metidos ao ritmo implacável das forças contrárias e somos vítimas inevitáveis da lei do mais forte que rege a evolução da natureza, em que uma parte vence porque uma outra perde, uma parte cresce porque a outra definha, uma parte vive porque a outra morre.
Comemoramos hoje também uma encruzilhada, a do ano novo. Como bons cristãos iniciamos este ano com orações, bênçãos, com esperanças e votos e, também, prestando atenção à Palavra de Deus que nos é proposta para este Dia. Proposta divina que deseja por uma resposta de nossa parte.
Será que somos mesmo cristãos?
Nesta momento do ano que terminou e do novo que começa, alguns fazem questão de se encontrarem aqui, neste templo.
Por quê? Não será porque sabemos que somos mais do que seres entregues à fatalidade das forças da natureza? Não será porque somos pessoas que acreditamos que já fomos libertas da lei do mais forte que nos arrasta irresistivelmente para a morte sem podermos escapar disto?
Como cristãos, acreditamos que não somos meros joguetes sem valor. Para nós a existência não é dominada por um destino cego. Acre ditamos que Deus entra na nossa vida e a transforma, nos dando forças que nos libertam da fatalidade porque são superiores às forças da natureza, é a força daquele que criou a natureza.
Há muito tempo que o primeiro dia do ano é considerado o Dia Mundial da Paz. Daquela divina e humana paz entre as pessoas que está baseada na paz que Deus oferece. Aquela paz que é a nossa resposta à proposta divina. Aquela paz que é capaz de transformar todas as encruzilhadas da nossa existência em encontros de luz que desfaz as trevas, do bem que vence o mal, do calor que quebra o gelo, da saúde que cura as doenças, da fartura que alimenta os famintos, da riqueza distribuída para todas as pessoas. Se nós acreditamos realmente nesta paz, não será difícil cultivá-la. Mas para que realmente brilhe em redor de nós através de nossos gestos, palavras e pensamentos, precisamos primeiro, guardar esta paz em nosso coração. Senão, ela será transitória, fugaz. Ela nos escapará como água por entre os dedos e cairemos de novo no ritmo da luta sem chance e sem consideração; da vitória a preço da destruição do outro; do viver que se vence, matando.
Nós acreditamos que Deus, em Cristo, parou este combate sem sentido, porque enviou o Espírito de Seu Filho sobre nós. Este Espírito age em nós e nos faz irmãos uns dos outros. Este novo relacionamento modifica tudo. São Paulo mostra isto da seguinte maneira: «desse modo não há diferença entre judeu e não judeu, escravos e livres, homens e mulheres: todos vocês são um só, em união com Cristo Jesus» (Gl 3.28). Ou nestas palavras: «Ninguém deve se orgulhar com os feitos humanos. Pois todas as coisas pertencem a vocês: — Paulo, Pedro, Apolo, o mundo, a vida e a morte, o presente e o futuro. — Tudo é de vocês e vocês pertencem a Cristo, e Cristo pertence a Deus.» (lª Cor 3.21-23). Hoje queremos incluir neste tudo, também o Ano Novo e a nova Igreja que queremos reconstruir. Que também sejam de Cristo, cheios de paz e de amor. Precisamos lutar e para isto o Senhor da história deve vir fazer companhia a todos as pessoas que se encorajarem a lutar por uma nova Igreja, uma nova Diocese Meridional com um novo Bispo que deverá ser escolhido por nós, inspirados por Deus, mas para isso precisamos orar e muito, para que Deus sopre no nosso ouvido o nome do Seu escolhido. Mas para isso temos que vigiar. Que Deus nos dê ânimo para orarmos como comunidade que se comporta como família diocesana, como união de comunidades, como união de paróquias e para isso a Paróquia do Redentor, neste novo ano, precisa se animar e convidar as outras para nos unirmos. Vamos começar já a união que Deus nos anima a termos. Amém.
sábado, 24 de dezembro de 2011
Sermão Natal 2011
Ano B - Is 52.7-10; Salmo 98; Hb 1.1-12; Jo 1.1-14
"No princípio era o Verbo"
É Natal mais uma vez!... Uma alegria contagiante deveria dominar o nosso coração porque comemoramos hoje o nascimento de Cristo, ou seja, ele está entre nós. Quer participar da nossa vida.
O ritual de hoje nos convida a contemplarmos o amor de Deus, manifestado na encarnação de Jesus, que se faz a "Palavra" (Verbo-ação) de Deus, e vem habitar no meio de nós, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de "filhos de Deus".
Na 1ª Leitura, o profeta Isaías anuncia a chegada do Deus libertador. Para dar vitalidade a esperança do povo que está fora do seu país, o profeta cria uma imagem: chega em Jerusalém que está destruída, um mensageiro com uma "Boa notícia" anunciando a "Paz", proclamando a "Salvação" e prometendo o "Reinado de Deus". Em seguida, os guardas vêem o próprio Deus voltar ao encontro da sua cidade. Tendo Deus como centro, Jerusalém voltará a ser uma cidade bela e harmoniosa. O profeta convida as próprias pedras da cidade em ruínas a cantar em coro, porque a libertação chegou.
A 2ª Leitura apresenta resumidamente, o Plano salvador de Deus. Ele se Deus revela de muitas maneiras. Enviou-nos o próprio Filho, a sua imagem perfeita, a sua "Palavra", o seu "Verbo", a sua “ação” para nos mostrar o que devemos fazer. É a revelação mais perfeita de Deus, que devemos escutar e acolher.
O Evangelho apresenta a "ação" de Deus através da pessoa de Jesus: "O Verbo que se fez carne e habitou entre nós". (“A ação que se fez carne e ...).
"Verbo" significa Ação: é o meio através do qual comunicamos o que guardamos na mente e no coração. O "Verbo" veio como "Luz" no meio das trevas (no meio daquilo que não vemos). Em uma humanidade afundada no pecado, surge um novo homem, ou seja, devemos encarnar, de tal modo, a Palavra de Deus, que nos tornemos ação de Deus para o mundo. A transformação da “Palavra” em “carne” (em menino do presépio de Belém) é a maior aventura do amor de Deus que ama até ao inimaginável e que, por amor, aceita revestir-se de fragilidade a fim de nos dar vida real. No dia do Natal somos convidados a observarmos esse incrível passo de Deus, expressão extrema de um amor sem limites.
Então, acolher a Sua “Palavra” é deixar que Jesus nos transforme, a fim de nos tornarmos “filhos de Deus”. O presépio que hoje contemplamos não é, apenas, uma imagem bonita e terna, mas um convite a acolher a “Palavra” de forma a crescermos até à dimensão do novo ser humano que Deus quer.
NATAL... é o Nascimento de Cristo... em Belém que relembramos e revivemos hoje... Cristo nasceu... e está entre nós. Mas será que algo NOVO, nasceu em nós?
Natal é um convite à Alegria: “Eu vos anuncio uma grande alegria... porque nasceu um Salvador”.
Natal é uma lição de Humildade: Deus feito criança... na fragilidade humana... num lugar perdido no tempo... Deus se fez pequeno... E nós?
Natal é um apelo de Amor e Paz: DEUS "tendo amado os seus, enviou-nos o seu próprio filho": CRISTO, fruto do Seu amor para conosco: "Glória a Deus nas alturas... e PAZ na terra..." .
Será que podemos nos incluir entre as pessoas de boa vontade que promovem a Paz? Ou continuamos sendo pessoas que pensam a partir de nós mesmos, egoístas, narcisistas? Continuo pedindo: Perdoa “meus pecados, Cuida dos “meus” familiares, “me” dá saúde?
O FELIZ NATAL que desejo a todas as pessoas é de muita alegria, muito amor, muita paz... que só é possível na humildade, que só é possível na aceitação de nossa finitude e na garantia da onipotência de Deus. Que nosso coração seja a manjedoura que sirva para que Deus se transforme em gente e se faça ação (verbo) entre nós através de nós mesmos. FELIZ NATAL! Amém!
sábado, 17 de dezembro de 2011
Sermão 4º Domingo do Advento - Ano B
4º dom Advento - Ano B
II Sm 7.1-5,8-16; Sl 132.8-18; Rm 16.25-27; Lc 1.26-38
O evangelho de hoje nos leva a uma reflexão sobre a figura central da preparação para o Natal. Quem é a personagem principal, ao ser preparado o evento do parto do nascimento de uma criança? Que eu saiba, é a mãe da criança! Depois, sim, é a criança! Mas antes do nascimento, a personagem principal é a mulher, mãe, que tem que se entregar totalmente ao evento. Pois, na história da Salvação, no sentido desta entrega total ao Senhor, a mulher que fica perturbada, que tem de crer no que não conhece, que é humilde, simples mas é também cheia de graça e bendita entre as mulheres, é Maria. Desta maneira é que olhamos para ela que nos serve de modelo.
Neste aspecto corremos o risco de imaginar que pra ela, por ter a Graça divina e ser bendita, tudo poderia ser mais fácil. Mas os evangelhos nos mostram Maria vivendo na dúvida, nem sempre entendendo os caminhos misteriosos de Deus. São Lucas nos conserva o testemunho de Isabel sobre Maria: «feliz aquela que creu» e aquele testemunho do próprio Jesus por ocasião do seu desaparecimento na peregrinação a Jerusalém «Não devo tomar conta das coisas que são de meu Pai?» (Lc 2.49). O Evangelho mostra que «José e Maria não compreenderam Jesus». E isto nos revela a grandeza da atitude de Maria: sua vida de fé, de humildade e confiança em Deus. Esta atitude aproxima Maria de nos sa própria vida que é, neste aspecto, parecida no sofrimento, na falta de clareza do futuro. Mas duas coisas importante ela nos mostra: sua vida de fé que não entende tudo, mas confia, e sua fé que cresce diante da reflexão e da meditação. E só com isso superou a perturbação inicial e aceitou a vontade de Deus quando disse: que tua palavra se cumpra em mim!
A anunciação nos mostra a movimentação da fé. Deus comunica coisas inacreditáveis - «embora fosse virgem, ela conceberá; pela força do Espírito Santo; o filho que nascer, será tanto seu filho, mas também Filho do Altíssimo; será o Messias cujo reino não terá fim».
Como crer em tudo isto? Não nos parece uma espécie de alucinação? Onde estão os sinais que nos tiram as dúvidas ou nos dão certeza? Maria se perturba e tem medo, mas não duvida. Apenas pergunta como acontecerá. Porque sabe que para Deus nada é impossível. Não está exatamente neste fato sua fé, como explica tão bem a carta aos Hebreus 11.1: «a fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos, e a certeza de que existem as coisas que não vemos».
Maria acreditou sem se dar conta de toda a profundidade da quilo que ouvia; ou seja, o viver torna real aquilo que é confuso. É próprio da fé viver no «lusco-fusco», as coisas se iluminam, se revelam na medida em que acolhemos e nos entregamos à vontade de Deus. Este é o caminho de todas as pessoas de fé. A fé convive com a perplexidade mas não pode conservar a sua força com a dúvida. Devemos superar a dúvida. Zacarias duvidou da palavra do anjo: «Como terei certeza de que Isabel, já velha, vai conceber?» Perguntou e por esta dúvida foi punido. O anjo lhe disse: «Porque não creste, ficarás mu do». Maria acreditou e recebeu o louvor de Isabel quando foi visitá-la: «você é feliz porque acreditas...».
Então o que significa crer? Olhando para este exemplo podemos discernir três pontos fundamentais. Primeiro: crer é confiar. Quem sabe, vê e conhece e por isso não precisa crer. Crer significa confiar apesar da dúvida; acolher apesar de não ver claro porque é Deus quem está falando. É a confiança do filho ao pular da cadeira sabendo que o Pai vai lhe pegar antes de cair no chão, por isso pula. Segundo: crer significa um abrir-se aos planos e a experiência de um outro. Não basta apenas confiar na intenção do outro, mas no fazer o que pensa e o que diz do mais experiente. Tem de assumir a intenção do outro, embora não se veja a lógica e a transparência desta intenção. Maria, acolhe o conteúdo das palavras do anjo: de ser virgem e mãe sem ter homem algum para ser Pai. A fé em Deus envolve um abrir-se a um ser Maior que tem os segredos de todos os caminhos e sabe melhor o sentido impenetrável que Ele confere ao caminhar humano. Crer é poder dizer: aconteça comigo o que Deus quer! Não conforme a minha compreensão e os meus desejos, mas conforme a palavra e os desígnios do Altíssimo. E o Terceiro ponto fundamental é que crer, também significa obedecer. Obedecer é oferecer-se para realizar os planos sem que eles tenham sido feitos por mim; obedecer é entender, respeitar e cumprir. Foi o que fez Maria. Ela simplesmente disse: Eis me aqui!
Crer e obedecer é aceitar entrar no plano de Deus, estarmos prontos para realizá-lo, embora não vejamos claramente a continuidade do caminho. Isto é servir ao Senhor. Servir a Deus não significa ser escravo; Devemos nos lembrar que Deus não quer escravos, mas livres. Por isso, não invadiu o ventre de Maria; pediu licença e, depois do consentimento, ofereceu sua proposta de salvação. E ela respondeu na liberdade, poderia ter negado.
Maria, por sua palavra e por suas atitudes, é modelo de discipulado. O Antigo Testamento começa com a fé de Abraão (Gn 15.6) e o Novo Testamento começa com a fé de Maria. Se acreditarmos como ela, poderemos reconstruir a nossa Igreja e reencontrarmos novamente o Jesus entre as pessoas que participam conosco dessa comunidade e re-iluminar nossas vidas e a vida das pessoas com quem convivemos através da luz que vem de Deus apontada por Maria no maior e mais alto testemunho cristão. Sem saber como, aceitou!
E nós, que sabemos, pelo menos teoricamente, demonstramos medo, preguiça, dúvida, incerteza...
Precisamos, como Maria, aceitar as garantias que Deus nos aponta sem nos mostrar um filme de como será o futuro e fazer a nossa parte, servirmos a esse Deus que nos convida a sermos apenas amorosos, humanos, humildes e dispostos a repartir, ajudar nossos semelhantes quando estes nos pedem ajuda ou quando percebemos que precisam de ajuda mesmo sem que nos digam alguma coisa. Amém.
II Sm 7.1-5,8-16; Sl 132.8-18; Rm 16.25-27; Lc 1.26-38
O evangelho de hoje nos leva a uma reflexão sobre a figura central da preparação para o Natal. Quem é a personagem principal, ao ser preparado o evento do parto do nascimento de uma criança? Que eu saiba, é a mãe da criança! Depois, sim, é a criança! Mas antes do nascimento, a personagem principal é a mulher, mãe, que tem que se entregar totalmente ao evento. Pois, na história da Salvação, no sentido desta entrega total ao Senhor, a mulher que fica perturbada, que tem de crer no que não conhece, que é humilde, simples mas é também cheia de graça e bendita entre as mulheres, é Maria. Desta maneira é que olhamos para ela que nos serve de modelo.
Neste aspecto corremos o risco de imaginar que pra ela, por ter a Graça divina e ser bendita, tudo poderia ser mais fácil. Mas os evangelhos nos mostram Maria vivendo na dúvida, nem sempre entendendo os caminhos misteriosos de Deus. São Lucas nos conserva o testemunho de Isabel sobre Maria: «feliz aquela que creu» e aquele testemunho do próprio Jesus por ocasião do seu desaparecimento na peregrinação a Jerusalém «Não devo tomar conta das coisas que são de meu Pai?» (Lc 2.49). O Evangelho mostra que «José e Maria não compreenderam Jesus». E isto nos revela a grandeza da atitude de Maria: sua vida de fé, de humildade e confiança em Deus. Esta atitude aproxima Maria de nos sa própria vida que é, neste aspecto, parecida no sofrimento, na falta de clareza do futuro. Mas duas coisas importante ela nos mostra: sua vida de fé que não entende tudo, mas confia, e sua fé que cresce diante da reflexão e da meditação. E só com isso superou a perturbação inicial e aceitou a vontade de Deus quando disse: que tua palavra se cumpra em mim!
A anunciação nos mostra a movimentação da fé. Deus comunica coisas inacreditáveis - «embora fosse virgem, ela conceberá; pela força do Espírito Santo; o filho que nascer, será tanto seu filho, mas também Filho do Altíssimo; será o Messias cujo reino não terá fim».
Como crer em tudo isto? Não nos parece uma espécie de alucinação? Onde estão os sinais que nos tiram as dúvidas ou nos dão certeza? Maria se perturba e tem medo, mas não duvida. Apenas pergunta como acontecerá. Porque sabe que para Deus nada é impossível. Não está exatamente neste fato sua fé, como explica tão bem a carta aos Hebreus 11.1: «a fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos, e a certeza de que existem as coisas que não vemos».
Maria acreditou sem se dar conta de toda a profundidade da quilo que ouvia; ou seja, o viver torna real aquilo que é confuso. É próprio da fé viver no «lusco-fusco», as coisas se iluminam, se revelam na medida em que acolhemos e nos entregamos à vontade de Deus. Este é o caminho de todas as pessoas de fé. A fé convive com a perplexidade mas não pode conservar a sua força com a dúvida. Devemos superar a dúvida. Zacarias duvidou da palavra do anjo: «Como terei certeza de que Isabel, já velha, vai conceber?» Perguntou e por esta dúvida foi punido. O anjo lhe disse: «Porque não creste, ficarás mu do». Maria acreditou e recebeu o louvor de Isabel quando foi visitá-la: «você é feliz porque acreditas...».
Então o que significa crer? Olhando para este exemplo podemos discernir três pontos fundamentais. Primeiro: crer é confiar. Quem sabe, vê e conhece e por isso não precisa crer. Crer significa confiar apesar da dúvida; acolher apesar de não ver claro porque é Deus quem está falando. É a confiança do filho ao pular da cadeira sabendo que o Pai vai lhe pegar antes de cair no chão, por isso pula. Segundo: crer significa um abrir-se aos planos e a experiência de um outro. Não basta apenas confiar na intenção do outro, mas no fazer o que pensa e o que diz do mais experiente. Tem de assumir a intenção do outro, embora não se veja a lógica e a transparência desta intenção. Maria, acolhe o conteúdo das palavras do anjo: de ser virgem e mãe sem ter homem algum para ser Pai. A fé em Deus envolve um abrir-se a um ser Maior que tem os segredos de todos os caminhos e sabe melhor o sentido impenetrável que Ele confere ao caminhar humano. Crer é poder dizer: aconteça comigo o que Deus quer! Não conforme a minha compreensão e os meus desejos, mas conforme a palavra e os desígnios do Altíssimo. E o Terceiro ponto fundamental é que crer, também significa obedecer. Obedecer é oferecer-se para realizar os planos sem que eles tenham sido feitos por mim; obedecer é entender, respeitar e cumprir. Foi o que fez Maria. Ela simplesmente disse: Eis me aqui!
Crer e obedecer é aceitar entrar no plano de Deus, estarmos prontos para realizá-lo, embora não vejamos claramente a continuidade do caminho. Isto é servir ao Senhor. Servir a Deus não significa ser escravo; Devemos nos lembrar que Deus não quer escravos, mas livres. Por isso, não invadiu o ventre de Maria; pediu licença e, depois do consentimento, ofereceu sua proposta de salvação. E ela respondeu na liberdade, poderia ter negado.
Maria, por sua palavra e por suas atitudes, é modelo de discipulado. O Antigo Testamento começa com a fé de Abraão (Gn 15.6) e o Novo Testamento começa com a fé de Maria. Se acreditarmos como ela, poderemos reconstruir a nossa Igreja e reencontrarmos novamente o Jesus entre as pessoas que participam conosco dessa comunidade e re-iluminar nossas vidas e a vida das pessoas com quem convivemos através da luz que vem de Deus apontada por Maria no maior e mais alto testemunho cristão. Sem saber como, aceitou!
E nós, que sabemos, pelo menos teoricamente, demonstramos medo, preguiça, dúvida, incerteza...
Precisamos, como Maria, aceitar as garantias que Deus nos aponta sem nos mostrar um filme de como será o futuro e fazer a nossa parte, servirmos a esse Deus que nos convida a sermos apenas amorosos, humanos, humildes e dispostos a repartir, ajudar nossos semelhantes quando estes nos pedem ajuda ou quando percebemos que precisam de ajuda mesmo sem que nos digam alguma coisa. Amém.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Sermão Próprio 26 - 30/10/2011
Próprio 26 - Ano A
Mq 3:5-12; Sl 43; I Ts 2:9-13; Mt 23:1-12
"Entre vocês o mais importante deve ser aquele que serve".
O Evangelho de São Mateus relata uma polêmica muito forte entre Jesus e os fariseus. Jesus alerta seus discípulos e as pessoas que se interessam em ouvir a sua palavra, para que não tenham como modelo os dirigentes religiosos dos judeus "porque eles não fazem o que ensinam". Ou seja, para ser modelo tem que ser coerente. Jesus é exemplo disso: o sentido da sua vida é cumprir em tudo a vontade do Pai. Por isso somente ele, é o único que deve ser reconhecido e seguido. Por isso recomenda: "Entre vocês o mais importante é aquele que serve".
Aquele a que tem uma função ou uma responsabilidade maior, tem de fazê-la com humildade, não se considerando o centro ou a pessoa mais importante em relação às outras pessoas, mas quem, com a palavra, com atitude e com coerência lembra quem é o único Mestre e o único Pai, consegue apontar o caminho certo que é seguir Jesus.
Ser grande é servir, é ajudar, é ser solidário. Nós, cristãos, só somos grandes quando servindo. Se Jesus ensina isto, não é para nos colocarmos acima dos outros, mas para sermos ajudadores. Dessa forma é que Ele governa, não tendo honras e privilégios, mas sendo solidário e servindo.
Na primeira carta aos Tessalonicenses, São Paulo confessa que exerce o apostolado com amor e dedicação. Não pretende ser um mestre que ensina autoritariamente, mas transmite o Evangelho dando-se ele mesmo sem fugir dos "trabalhos e fadigas", ou seja, ele ensina que Evangelizar não é impor cargas pesadas sobre o "ombro dos outros" mas dar-nos a nós mesmos. Somente se anuncia Jesus, com nossa vivência, com coerência e alegria. Mais eficaz do que qualquer técnica evangelizadora é o testemunho de nossas vidas e a Palavra assim transmitida, com amor e humildade, será recebida como diz o texto bíblico "não a aceitaram como uma mensagem de homens, mas como a mensagem de Deus, o que de fato ela é. Porque Deus está trabalhando entre vocês, os que crêem" (1ª Ts 2.13).
O Evangelho só pode ser transmitido e anunciado com amor, através da nossa entrega e do nosso serviço humilde. Deus não quer que sejamos apenas suas testemunhas oculares, mas também quer que sejamos servidores Seu, aqueles que escutam e assumem a Sua Palavra.
O que Jesus está nos dizendo é que o cristão não pode ser incoerente como eram os fariseus e doutores da lei.
Neste caso a incoerência é como uma nuvem que encobre o sol. O Espírito Santo não brilha na vida de quem é incoerente. A incoerência anda de mãos dadas com a falsidade e o seu fruto é a injustiça, o desamor, a intriga, a desunião, a desagregação, a destruição.
Jesus não foi incoerente e nem aceitou o jogo da falsidade. Sempre agiu com autenticidade, firmeza, coragem, honestidade, pureza e determinação. Seguir Jesus é ser coerente como o Evangelho em qualquer circunstância.
Certo dia, três mulheres foram até um poço buscar água. Ali, junto ao poço, um velhinho escutava o que as mulheres conversavam. Uma delas disse: "Meu filho é o mais ágil e rápido de todos os alunos na escola. Com toda a certeza, ele será um grande atleta e desportista. Vai ganhar muitas medalhas no Pan. Vai ficar rico com o esporte."
Aí outra disse: "Meu filho tem a voz mais melodiosa. Na certa será um grande cantor. Vai gravar muitos DVDs. Ele também vai ganhar muito dinheiro e vai ficar rico."
E, por último, disse bem baixinho a terceira mulher: "Meu filho, ele não faz nada de especial."
Depois desta conversa, as três mulheres pegaram cada uma os seus pesados baldes para voltarem para casa. Neste instante, vieram correndo ao seu encontro os três filhos. O primeiro fazia piruetas, uma atrás da outra. O segundo cantava como um sabiá. Mas o terceiro, pegou o balde de sua mãe e o levou para casa. Foi aí que a primeira viu o velhinho e lhe perguntou, esperando um elogio: "O que o senhor achou dos nossos filhos?" E o velhinho, admirado, respondeu: "Seus filhos? Eu só vi um filho! Foi aquele que pegou balde pesado de sua mãe e o levou para casa."
Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos deixou ensinamentos e também os praticou. Ele sempre estava lá onde as pessoas precisavam de auxílio, de orientação, de ajuda para levarem seus baldes. Ele se alegrava em poder ajudar, e as pessoas que eram ajudadas também se alegravam com a sua ajuda. Jesus espera de nós, que não apenas saibamos o que fazer, mas que o façamos, que ajudemos a quem precisa. Existem tantas pessoas, hoje, esperando por um gesto de amor, de aceitação, de compreensão, de alguém que as ajude a carregar o seu balde pesado ou o balde de preocupação, doença, pobreza ou de depressão. Fazer piruetas de fé é importante, cantar louvores como um passarinho é lindo, ajuda muito, mas ajudar a quem necessita de ajuda, esta é a nossa tarefa.
Que Deus nos abençoe para que sejamos coerentes com a nossa fé dando testemunho e servindo com amor e humildade. Amém.
Mq 3:5-12; Sl 43; I Ts 2:9-13; Mt 23:1-12
"Entre vocês o mais importante deve ser aquele que serve".
O Evangelho de São Mateus relata uma polêmica muito forte entre Jesus e os fariseus. Jesus alerta seus discípulos e as pessoas que se interessam em ouvir a sua palavra, para que não tenham como modelo os dirigentes religiosos dos judeus "porque eles não fazem o que ensinam". Ou seja, para ser modelo tem que ser coerente. Jesus é exemplo disso: o sentido da sua vida é cumprir em tudo a vontade do Pai. Por isso somente ele, é o único que deve ser reconhecido e seguido. Por isso recomenda: "Entre vocês o mais importante é aquele que serve".
Aquele a que tem uma função ou uma responsabilidade maior, tem de fazê-la com humildade, não se considerando o centro ou a pessoa mais importante em relação às outras pessoas, mas quem, com a palavra, com atitude e com coerência lembra quem é o único Mestre e o único Pai, consegue apontar o caminho certo que é seguir Jesus.
Ser grande é servir, é ajudar, é ser solidário. Nós, cristãos, só somos grandes quando servindo. Se Jesus ensina isto, não é para nos colocarmos acima dos outros, mas para sermos ajudadores. Dessa forma é que Ele governa, não tendo honras e privilégios, mas sendo solidário e servindo.
Na primeira carta aos Tessalonicenses, São Paulo confessa que exerce o apostolado com amor e dedicação. Não pretende ser um mestre que ensina autoritariamente, mas transmite o Evangelho dando-se ele mesmo sem fugir dos "trabalhos e fadigas", ou seja, ele ensina que Evangelizar não é impor cargas pesadas sobre o "ombro dos outros" mas dar-nos a nós mesmos. Somente se anuncia Jesus, com nossa vivência, com coerência e alegria. Mais eficaz do que qualquer técnica evangelizadora é o testemunho de nossas vidas e a Palavra assim transmitida, com amor e humildade, será recebida como diz o texto bíblico "não a aceitaram como uma mensagem de homens, mas como a mensagem de Deus, o que de fato ela é. Porque Deus está trabalhando entre vocês, os que crêem" (1ª Ts 2.13).
O Evangelho só pode ser transmitido e anunciado com amor, através da nossa entrega e do nosso serviço humilde. Deus não quer que sejamos apenas suas testemunhas oculares, mas também quer que sejamos servidores Seu, aqueles que escutam e assumem a Sua Palavra.
O que Jesus está nos dizendo é que o cristão não pode ser incoerente como eram os fariseus e doutores da lei.
Neste caso a incoerência é como uma nuvem que encobre o sol. O Espírito Santo não brilha na vida de quem é incoerente. A incoerência anda de mãos dadas com a falsidade e o seu fruto é a injustiça, o desamor, a intriga, a desunião, a desagregação, a destruição.
Jesus não foi incoerente e nem aceitou o jogo da falsidade. Sempre agiu com autenticidade, firmeza, coragem, honestidade, pureza e determinação. Seguir Jesus é ser coerente como o Evangelho em qualquer circunstância.
Certo dia, três mulheres foram até um poço buscar água. Ali, junto ao poço, um velhinho escutava o que as mulheres conversavam. Uma delas disse: "Meu filho é o mais ágil e rápido de todos os alunos na escola. Com toda a certeza, ele será um grande atleta e desportista. Vai ganhar muitas medalhas no Pan. Vai ficar rico com o esporte."
Aí outra disse: "Meu filho tem a voz mais melodiosa. Na certa será um grande cantor. Vai gravar muitos DVDs. Ele também vai ganhar muito dinheiro e vai ficar rico."
E, por último, disse bem baixinho a terceira mulher: "Meu filho, ele não faz nada de especial."
Depois desta conversa, as três mulheres pegaram cada uma os seus pesados baldes para voltarem para casa. Neste instante, vieram correndo ao seu encontro os três filhos. O primeiro fazia piruetas, uma atrás da outra. O segundo cantava como um sabiá. Mas o terceiro, pegou o balde de sua mãe e o levou para casa. Foi aí que a primeira viu o velhinho e lhe perguntou, esperando um elogio: "O que o senhor achou dos nossos filhos?" E o velhinho, admirado, respondeu: "Seus filhos? Eu só vi um filho! Foi aquele que pegou balde pesado de sua mãe e o levou para casa."
Jesus Cristo, o Filho de Deus, nos deixou ensinamentos e também os praticou. Ele sempre estava lá onde as pessoas precisavam de auxílio, de orientação, de ajuda para levarem seus baldes. Ele se alegrava em poder ajudar, e as pessoas que eram ajudadas também se alegravam com a sua ajuda. Jesus espera de nós, que não apenas saibamos o que fazer, mas que o façamos, que ajudemos a quem precisa. Existem tantas pessoas, hoje, esperando por um gesto de amor, de aceitação, de compreensão, de alguém que as ajude a carregar o seu balde pesado ou o balde de preocupação, doença, pobreza ou de depressão. Fazer piruetas de fé é importante, cantar louvores como um passarinho é lindo, ajuda muito, mas ajudar a quem necessita de ajuda, esta é a nossa tarefa.
Que Deus nos abençoe para que sejamos coerentes com a nossa fé dando testemunho e servindo com amor e humildade. Amém.
sábado, 15 de outubro de 2011
Sermão Domingo 16/10/2011
Próprio 24 - Ano A
Is 45.1-7; Sl 96.1-9; 1ª Ts 1.1-10; Mt 22.15-22
A Igreja Anglicana, em nível mundial e diocesano, continua vivendo um importante e decisivo momento. Deus tenta nos sintonizar com o lugar em que nós devemos atuar, ou seja, como agir atualmente e como atrair mais pessoas para dentro da Igreja.
Precisamos perceber que a Palavra de Deus ilumina todas as dimensões da nossa vida e a dimensão social e política estão incluídas. Quando digo "política", não falo da política partidária ou como busca do poder, ou como malandragem, mas como cultivo das nossas relações como pessoas, isto é, como promoção do bem comum individual e de cada membro de cada família como parte de um grupo. O cristão não pode afirmar que, quando vai à Igreja, vai para desligar-se das realidades do mundo real para só pensar no religioso, pois tanto sua participação no culto como toda a sua ação vivida como parte do povo deverá estar cheia da dimensão religiosa e conseqüentemente a sua participação no culto deve estar cheia da sua vida no mundo. Em tudo, somos chamados a promover o Reino de Deus, a viver Cristo em nossas vidas e manifestá-lo em qualquer situação.
O Evangelho deste Domingo mostra Jesus no confronto com os fariseus, procurando pô-lo à prova. Qual a sua opinião: Devemos pagar imposto a Cezar? Dar-lhes uma resposta sábia sobre esta questão do imposto a pagar a César: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
O que era de César? A moeda é símbolo do poder econômico do Império Romano, do mundo. Quem quer negociar no mundo tem que alimentar o poder mundano. Mas podemos perceber que todo o peso da resposta recai sobre a última parte da frase: “Daí a Deus o que é de Deus”.
E o que é de Deus?
Nós somos imagem e semelhança de Deus porque temos vida que pertence a Deus e não a nós. Não temos a vida mas estamos na vida pela Graça de Deus. Somos mortais, formados da terra, e para a terra haveremos de retornar. A terra é um corpo celestial, parte do Universo criado por Deus e fomos criados com partículas de parte da criação, por isso Deus disse: “Tu és pó, e ao pó voltarás”. Todos descemos ao pó, nosso corpo, nossa mente, nossa vida pertence a Deus que permite que esse milagre aconteça. Por isso somos criaturas de Deus. Portanto temos que nos entregar inteiramente ao nosso criador e mantenedor, Deus, estarmos inteiramente a serviço de Dele. Ter uma fé ativa, um viver capaz de sacrifícios e uma firme esperança em Jesus Cristo seguindo o exemplo da comunidade de Tessalônica. Eles se converteram completamente a Deus. Voltaram-se para Deus com o objetivo de servir ao Deus vivo e verdadeiro e através do testemunho deles a fé que eles tinham em Deus se espalhou por toda a parte.
O discípulo de Cristo não pode fazer uma separação entre a dimensão religiosa de sua vida e a dimensão civil ou política. Todas as realidades deste mundo devem conduzir a Deus. Nós, cristãos, não podemos sair do mundo e retirar o mundo da dimensão Divina, mas, como fermento, somos chamado a transformar este mundo.
A criação de Deus não depende de nós. Mas é importante vivermos também através da promoção da família não apenas de sangue, mas também a família da fé. O importante é honrar a Deus na igreja através do nosso culto de louvor e na nossa existência, como membros ativos de uma sociedade. Tudo deve estar a serviço de Deus. Mesmo os poderes deste mundo devem estar a serviço do Reino de Deus na nossa concepção de mundo.
Cada pessoa é chamada a construir uma sociedade mais justa e fraterna, cada qual na sua condição, com seus dons, trazendo suas experiências para a família de fé onde celebramos vitórias iluminados e fortalecidos pela Palavra de Deus amparados pelos Sacramentos.
A mensagem do Evangelho de hoje deve tocar no fundo do nosso coração, deve sacudir nosso viver iluminados pela Fé. Enquanto não agimos no mundo com sabedoria e astúcia, o inimigo (ou Satanás) que age também no nosso viver, agirá contra a união dos povos, contra a união das famílias, se não agirmos politicamente como Deus quer, o inimigo de Deus fará a sua política, ou seja, nossas famílias se esfacelarão. Só nos resta uma escolha: Dar a Cezar o é de Cezar; ou a Deus o que é de Deus. A Cezar é o poder do medo que domina por opressão - e a Deus é o poder do amor que se dispõe a amar. Quem domina, castiga para dominar através do medo - e quem ama, é solidário, humilde, perdoa e ama por perceber que não é nada e que o nada, com Deus é tudo e só por amor pode continuar vivo.
Que Deus nos ajude a agirmos com sabedoria em meio a tantas pessoas que cobram nossa posição de discípulos e discipuladores do Rei da paz, Jesus Cristo, que foi isento de lado porque Ele é o todo, o lado justo e que nos aponta o melhor caminho. Ele é o parâmetro, a força, a sabedoria, a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade. Porque Dele é tudo quanto existe, Dele é o Universo. Esse é nosso Deus a quem devemos dedicar nossas vidas - “a Deus o que é de Deus”.
Amém.
Is 45.1-7; Sl 96.1-9; 1ª Ts 1.1-10; Mt 22.15-22
A Igreja Anglicana, em nível mundial e diocesano, continua vivendo um importante e decisivo momento. Deus tenta nos sintonizar com o lugar em que nós devemos atuar, ou seja, como agir atualmente e como atrair mais pessoas para dentro da Igreja.
Precisamos perceber que a Palavra de Deus ilumina todas as dimensões da nossa vida e a dimensão social e política estão incluídas. Quando digo "política", não falo da política partidária ou como busca do poder, ou como malandragem, mas como cultivo das nossas relações como pessoas, isto é, como promoção do bem comum individual e de cada membro de cada família como parte de um grupo. O cristão não pode afirmar que, quando vai à Igreja, vai para desligar-se das realidades do mundo real para só pensar no religioso, pois tanto sua participação no culto como toda a sua ação vivida como parte do povo deverá estar cheia da dimensão religiosa e conseqüentemente a sua participação no culto deve estar cheia da sua vida no mundo. Em tudo, somos chamados a promover o Reino de Deus, a viver Cristo em nossas vidas e manifestá-lo em qualquer situação.
O Evangelho deste Domingo mostra Jesus no confronto com os fariseus, procurando pô-lo à prova. Qual a sua opinião: Devemos pagar imposto a Cezar? Dar-lhes uma resposta sábia sobre esta questão do imposto a pagar a César: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
O que era de César? A moeda é símbolo do poder econômico do Império Romano, do mundo. Quem quer negociar no mundo tem que alimentar o poder mundano. Mas podemos perceber que todo o peso da resposta recai sobre a última parte da frase: “Daí a Deus o que é de Deus”.
E o que é de Deus?
Nós somos imagem e semelhança de Deus porque temos vida que pertence a Deus e não a nós. Não temos a vida mas estamos na vida pela Graça de Deus. Somos mortais, formados da terra, e para a terra haveremos de retornar. A terra é um corpo celestial, parte do Universo criado por Deus e fomos criados com partículas de parte da criação, por isso Deus disse: “Tu és pó, e ao pó voltarás”. Todos descemos ao pó, nosso corpo, nossa mente, nossa vida pertence a Deus que permite que esse milagre aconteça. Por isso somos criaturas de Deus. Portanto temos que nos entregar inteiramente ao nosso criador e mantenedor, Deus, estarmos inteiramente a serviço de Dele. Ter uma fé ativa, um viver capaz de sacrifícios e uma firme esperança em Jesus Cristo seguindo o exemplo da comunidade de Tessalônica. Eles se converteram completamente a Deus. Voltaram-se para Deus com o objetivo de servir ao Deus vivo e verdadeiro e através do testemunho deles a fé que eles tinham em Deus se espalhou por toda a parte.
O discípulo de Cristo não pode fazer uma separação entre a dimensão religiosa de sua vida e a dimensão civil ou política. Todas as realidades deste mundo devem conduzir a Deus. Nós, cristãos, não podemos sair do mundo e retirar o mundo da dimensão Divina, mas, como fermento, somos chamado a transformar este mundo.
A criação de Deus não depende de nós. Mas é importante vivermos também através da promoção da família não apenas de sangue, mas também a família da fé. O importante é honrar a Deus na igreja através do nosso culto de louvor e na nossa existência, como membros ativos de uma sociedade. Tudo deve estar a serviço de Deus. Mesmo os poderes deste mundo devem estar a serviço do Reino de Deus na nossa concepção de mundo.
Cada pessoa é chamada a construir uma sociedade mais justa e fraterna, cada qual na sua condição, com seus dons, trazendo suas experiências para a família de fé onde celebramos vitórias iluminados e fortalecidos pela Palavra de Deus amparados pelos Sacramentos.
A mensagem do Evangelho de hoje deve tocar no fundo do nosso coração, deve sacudir nosso viver iluminados pela Fé. Enquanto não agimos no mundo com sabedoria e astúcia, o inimigo (ou Satanás) que age também no nosso viver, agirá contra a união dos povos, contra a união das famílias, se não agirmos politicamente como Deus quer, o inimigo de Deus fará a sua política, ou seja, nossas famílias se esfacelarão. Só nos resta uma escolha: Dar a Cezar o é de Cezar; ou a Deus o que é de Deus. A Cezar é o poder do medo que domina por opressão - e a Deus é o poder do amor que se dispõe a amar. Quem domina, castiga para dominar através do medo - e quem ama, é solidário, humilde, perdoa e ama por perceber que não é nada e que o nada, com Deus é tudo e só por amor pode continuar vivo.
Que Deus nos ajude a agirmos com sabedoria em meio a tantas pessoas que cobram nossa posição de discípulos e discipuladores do Rei da paz, Jesus Cristo, que foi isento de lado porque Ele é o todo, o lado justo e que nos aponta o melhor caminho. Ele é o parâmetro, a força, a sabedoria, a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade. Porque Dele é tudo quanto existe, Dele é o Universo. Esse é nosso Deus a quem devemos dedicar nossas vidas - “a Deus o que é de Deus”.
Amém.
sábado, 23 de julho de 2011
Dízimos e Bênçãos
DÍZIMOS E BENÇÃOS
Encontramos na Bíblia homens que honraram a Deus com suas vidas e com as primícias de seus bens. Abraão de tudo o que tinha, deu a décima parte ao Senhor. Também seu neto Jacó fez o mesmo. Vemos inúmeras citações sobre o DÍZIMO, no Antigo Testamento:
- Lv.27:30-32, Nm. 18:21, Dt. 14:22-29, Ml. 3:12;
- Salomão diz em Provérbios 3-9, “Honra ao Senhor com teus bens e com as PRIMÍCIAS de toda a tua renda e os teus celeiros se encherão e transbordarão”;
- e, no Novo Testamento, Jesus mesmo fala, em Mt. 23:23, “Ai de vós escribas e fariseus hipócritas, que pagam o dízimo da hortelã, erva-doce e cominho e deixam de lado ensinamentos da Lei; justiça, misericórdia e fidelidade; deveriam praticar isso, sem esquecer aquilo”.
- em Lucas, 21:1 a 4, quando pessoas ricas davam suas ofertas para o Templo, Jesus viu uma pobre viúva colocar ali duas pequenas moedas, e disse: - “Essa pobre viúva deu mais que todos, porque os outros deram o que lhes sobrava, ela, porém, deu tudo o que tinha.” Ele não disse que ela não deveria dar, porque era pobre.
Sabemos que a contribuição financeira do cristão é fundamental para o crescimento da Igreja.
Naquela época, era obrigação por Lei, porque assim como hoje, os sacerdotes e levitas não recebiam heranças e não tinham outra profissão, portanto, viviam do Dízimo.
A palavra DÍZIMO em Hebreu é “MA-ASER”, que significa, literalmente, a DÉCIMA PARTE. Na Lei de Deus, os Israelitas tinham obrigação de entregar a décima parte de todas as suas crias, dos produtos da terra e de outras rendas, como reconhecimento e gratidão por tudo o que Deus lhes havia dado.
Ainda hoje, somos chamados a dar o Dízimo. Jesus não O descartou, como vimos em Mt 23:23, quando Ele fala aos fariseus. Trabalhos Evangelísticos não passarão de simples projetos, caso os cristãos de hoje não se conscientizem disso, porque todas as despesas da paróquia dependem da contribuição dos paroquianos. Não só da paróquia, mas da Diocese e da Igreja como um todo. É preciso pagar os salários dos reverendos, de funcionários e até do bispo, assim, também, como o trabalho de departamentos: missão, evangelização, escolas dominicais, etc, etc. e tudo está parado por falta de contribuição dos “fiéis” da Igreja. Mas, existem crentes que parece que têm o bolso furado, por onde foge todo o seu dinheiro e, também, um buraco no coração por onde escoa sua vida Espiritual, sua fé, e até mesmo sua alegria de viver. Estas pessoas, certamente, enfrentam, no seu dia-a-dia, o pesadelo das despesas extraordinárias, maiores que os seus próprios salários. Negando sua contribuição em Dízimo, vê seu dinheiro evaporar-se... É em remédios na farmácia, é na oficina com o carro quebrado, é na máquina de lavar estragada, é nos canos d’água entupidos e por aí se vai o trabalho do maligno, que vê na desobediência do crente uma brecha para a sua ação. Porque JESUS mesmo, em João 10:10, disse: “O ladrão vem só para matar, roubar e destruir. Eu vim para que tenham vida, e em abundância”. Mas, aquele que não conhece a Palavra de Deus não vê isso e tem sempre a esperança de que no mês que vem vai melhorar, vai sobrar alguma coisa, mas nunca sobra nada e até sua conta no banco fica no vermelho. Porém, quem pratica a Palavra sabe que isso é comum a quem dá só as sobras para Deus. Pessoas que deveriam viver pela Fé dão apenas verdadeiras esmolas na Igreja, sem se dar conta que estão ofendendo, com isso, a Deus. Muitos, até dizem: Como vou dar o Dízimo na Igreja, se o que ganho mal dá para o gasto de minha família? Esses, certamente não conhecem o livro de Malaquias, 3:6-10, onde o Profeta diz: “Roubará o homem a Deus?, vocês perguntam. Sim, nos Dízimos e nas Ofertas. Por isso, vocês estão sob maldição. Trazei todos os Dízimos à minha casa para que haja seu sustento. Ponham-Me à prova nisso para ver se Eu não abrirei as janelas do céu e não derramarei bênçãos sem medidas sobre vocês”.
Vejam bem: quem promete isso não é o reverendo nem o Bispo, e, muito menos, o presidente da República, mas DEUS.
Por essa afirmativa, podemos ver que o crente que não entrega seu Dízimo com fidelidade, na verdade está roubando de Deus, não sendo de admirar que seja tocado por maldição, como diz Malaquias: “Seu bolso continuará sempre furado e vazio, pois não existem sonegadores felizes, porque Deus não facilita a estes, sobrar nada. Senão, vejamos o que nos fala sobre isso Ag. 1:4-11. Ele nos alerta: “Vocês acham certo viverem tranqüilos em casas bonitas, enquanto a Casa de Deus – O TEMPLO – está se deteriorando? Vejam bem o comportamento de vocês. Por isso, vocês plantam muito e colhem pouco, comem e não se saciam, vestem roupas boas e não se aquecem, pois vocês estão guardando o seu dinheiro em sacolas furadas e o pouco que trazem para casa Eu dissipo com um assopro”. Na verdade, a Doutrina do Dízimo teria surgido ainda no Paraíso, quando Deus reservou para Si, apenas uma árvore, mas o homem meteu ali a sua mão. É interessante que, geralmente, se diz: - “Dar o Dízimo ao Senhor”, porém, na verdade, ninguém dá o Dízimo à Deus, pois este já é de Sua propriedade; por isso, é nossa obrigação devolvê-lo. Não podemos dar o que não é nosso. Nós não damos dinheiro ao governo, apenas pagamos impostos. Não damos dinheiro à empregada, pagamos o seu salário. Não damos dinheiro à Cia de luz, pagamos o que devemos. Você só passa a dar alguma coisa a Deus, depois de lhe ter restituído o Dízimo. Porém, na verdade, quem somos nós para dar alguma coisa a Deus? Pois não dizemos, no altar, “tudo vem de Ti, Senhor e do que é Teu To damos”?
De algum modo, todos nós somos dizimistas, pois alguns o trazem ao Senhor e outros o dão ao Príncipe das Trevas, ao mundo e sempre ficam devendo a Deus. O Cristão fiel não contribui apenas como obrigação, mas com prazer e dedicação. Ele representa, fidelidade e amor para com Deus, assim como num casamento: uma pessoa casa e passa a ser fiel ao seu cônjuge, por amor.
Há os que casam por interesse, porque precisam fingir que são fiéis para obter a herança ou por interesses políticos ou por qualquer outra circunstância. São tipos de fidelidade forçados, porém esta não deve ser a atitude do cristão que deve agir por amor, porque o marido representa, no casamento, segundo a Bíblia, a Jesus e a esposa, a Igreja.
Para o cristão, ser Dizimista é símbolo de nossa confiança em Deus. Mas, para aqueles que dão o que sobra, não dão por amor e sim por interesse. Por isto, muitos nem têm visto as janelas do Céu e muito menos, abertas sobre suas vidas. Devemos agir como fizeram os primeiros cristãos dedicados, como fez Maria, irmã de Marta, que, conforme Jesus, escolheu a melhor parte, ao sentar-se a seus pés para ouvi-lo e praticar Sua Palavra.
A contribuição pelo dízimo seria a grande solução para a Igreja, pois todos devem saber que ela vem sofrendo necessidades financeiras graves. Há dificuldades, até mesmo, para os gastos mais comuns. As instalações estão precárias e não temos verbas para as coisas mais simples, senão por meio de eventos como os chás, almoços e outras promoções.
Mas Deus nos conhece e sabe o que acontece no nosso íntimo. Porque, como diz o profeta Jeremias, 1:5, “Antes que te formasses no ventre materno, Eu já te conhecia...”. Então, Ele sabe o que realmente acontece conosco. A ele não conseguimos enganar.
O Salmista diz: Senhor, tu me sondas e me conheces, sabes quando me sento ou quando me levanto. Para onde fugirei, longe da tua presença? Se subir aos céus, aí estás; se me deito num abismo, aí te encontro.
Aguardamos a volta de Nosso Senhor e a tarefa que Ele nos confiou ainda não está cumprida e o Dízimo faz a diferença. Já vemos os sinais de Sua volta: grandes catástrofes, tsunames, terrorismos, guerras desenfreadas, em Seu nome, além de autoridades corruptas, roubos, matanças e desastres terríveis. A própria Igreja está inerte. Há bilhões de pessoas que nem conhecem Cristo e isso nos será cobrado quando estivermos diante Dele. Hoje, lemos nos Salmos: “Oh, Senhor, quem habitará no Teu Templo? Quem poderá assistir em Teu Santo Monte? Pergunta-se: Serão os que sonegam o Dízimo do Senhor?”.
Jesus mesmo nos chama a atenção, quando nos diz: “Dai e darão também a vocês, boa medida recalcada, sacudida e transbordante e generosamente será dado a vocês, porque com a medida que você medir, você também será medido.
Portanto, acho que vale a pena você, quem ainda não é Dizimista, nem contribuinte, fazer esta EXPERIÊNCIA com Deus, já que é Ele mesmo quem propõe. Comece agora mesmo a Dizimar e espere para ver o resultado.
Honra ao Senhor com teus bens e com as primícias de toda a tua renda... e não com as sobras... Porque com a medida que medires serás também medido.
Suely Álvares Lacerda
Encontramos na Bíblia homens que honraram a Deus com suas vidas e com as primícias de seus bens. Abraão de tudo o que tinha, deu a décima parte ao Senhor. Também seu neto Jacó fez o mesmo. Vemos inúmeras citações sobre o DÍZIMO, no Antigo Testamento:
- Lv.27:30-32, Nm. 18:21, Dt. 14:22-29, Ml. 3:12;
- Salomão diz em Provérbios 3-9, “Honra ao Senhor com teus bens e com as PRIMÍCIAS de toda a tua renda e os teus celeiros se encherão e transbordarão”;
- e, no Novo Testamento, Jesus mesmo fala, em Mt. 23:23, “Ai de vós escribas e fariseus hipócritas, que pagam o dízimo da hortelã, erva-doce e cominho e deixam de lado ensinamentos da Lei; justiça, misericórdia e fidelidade; deveriam praticar isso, sem esquecer aquilo”.
- em Lucas, 21:1 a 4, quando pessoas ricas davam suas ofertas para o Templo, Jesus viu uma pobre viúva colocar ali duas pequenas moedas, e disse: - “Essa pobre viúva deu mais que todos, porque os outros deram o que lhes sobrava, ela, porém, deu tudo o que tinha.” Ele não disse que ela não deveria dar, porque era pobre.
Sabemos que a contribuição financeira do cristão é fundamental para o crescimento da Igreja.
Naquela época, era obrigação por Lei, porque assim como hoje, os sacerdotes e levitas não recebiam heranças e não tinham outra profissão, portanto, viviam do Dízimo.
A palavra DÍZIMO em Hebreu é “MA-ASER”, que significa, literalmente, a DÉCIMA PARTE. Na Lei de Deus, os Israelitas tinham obrigação de entregar a décima parte de todas as suas crias, dos produtos da terra e de outras rendas, como reconhecimento e gratidão por tudo o que Deus lhes havia dado.
Ainda hoje, somos chamados a dar o Dízimo. Jesus não O descartou, como vimos em Mt 23:23, quando Ele fala aos fariseus. Trabalhos Evangelísticos não passarão de simples projetos, caso os cristãos de hoje não se conscientizem disso, porque todas as despesas da paróquia dependem da contribuição dos paroquianos. Não só da paróquia, mas da Diocese e da Igreja como um todo. É preciso pagar os salários dos reverendos, de funcionários e até do bispo, assim, também, como o trabalho de departamentos: missão, evangelização, escolas dominicais, etc, etc. e tudo está parado por falta de contribuição dos “fiéis” da Igreja. Mas, existem crentes que parece que têm o bolso furado, por onde foge todo o seu dinheiro e, também, um buraco no coração por onde escoa sua vida Espiritual, sua fé, e até mesmo sua alegria de viver. Estas pessoas, certamente, enfrentam, no seu dia-a-dia, o pesadelo das despesas extraordinárias, maiores que os seus próprios salários. Negando sua contribuição em Dízimo, vê seu dinheiro evaporar-se... É em remédios na farmácia, é na oficina com o carro quebrado, é na máquina de lavar estragada, é nos canos d’água entupidos e por aí se vai o trabalho do maligno, que vê na desobediência do crente uma brecha para a sua ação. Porque JESUS mesmo, em João 10:10, disse: “O ladrão vem só para matar, roubar e destruir. Eu vim para que tenham vida, e em abundância”. Mas, aquele que não conhece a Palavra de Deus não vê isso e tem sempre a esperança de que no mês que vem vai melhorar, vai sobrar alguma coisa, mas nunca sobra nada e até sua conta no banco fica no vermelho. Porém, quem pratica a Palavra sabe que isso é comum a quem dá só as sobras para Deus. Pessoas que deveriam viver pela Fé dão apenas verdadeiras esmolas na Igreja, sem se dar conta que estão ofendendo, com isso, a Deus. Muitos, até dizem: Como vou dar o Dízimo na Igreja, se o que ganho mal dá para o gasto de minha família? Esses, certamente não conhecem o livro de Malaquias, 3:6-10, onde o Profeta diz: “Roubará o homem a Deus?, vocês perguntam. Sim, nos Dízimos e nas Ofertas. Por isso, vocês estão sob maldição. Trazei todos os Dízimos à minha casa para que haja seu sustento. Ponham-Me à prova nisso para ver se Eu não abrirei as janelas do céu e não derramarei bênçãos sem medidas sobre vocês”.
Vejam bem: quem promete isso não é o reverendo nem o Bispo, e, muito menos, o presidente da República, mas DEUS.
Por essa afirmativa, podemos ver que o crente que não entrega seu Dízimo com fidelidade, na verdade está roubando de Deus, não sendo de admirar que seja tocado por maldição, como diz Malaquias: “Seu bolso continuará sempre furado e vazio, pois não existem sonegadores felizes, porque Deus não facilita a estes, sobrar nada. Senão, vejamos o que nos fala sobre isso Ag. 1:4-11. Ele nos alerta: “Vocês acham certo viverem tranqüilos em casas bonitas, enquanto a Casa de Deus – O TEMPLO – está se deteriorando? Vejam bem o comportamento de vocês. Por isso, vocês plantam muito e colhem pouco, comem e não se saciam, vestem roupas boas e não se aquecem, pois vocês estão guardando o seu dinheiro em sacolas furadas e o pouco que trazem para casa Eu dissipo com um assopro”. Na verdade, a Doutrina do Dízimo teria surgido ainda no Paraíso, quando Deus reservou para Si, apenas uma árvore, mas o homem meteu ali a sua mão. É interessante que, geralmente, se diz: - “Dar o Dízimo ao Senhor”, porém, na verdade, ninguém dá o Dízimo à Deus, pois este já é de Sua propriedade; por isso, é nossa obrigação devolvê-lo. Não podemos dar o que não é nosso. Nós não damos dinheiro ao governo, apenas pagamos impostos. Não damos dinheiro à empregada, pagamos o seu salário. Não damos dinheiro à Cia de luz, pagamos o que devemos. Você só passa a dar alguma coisa a Deus, depois de lhe ter restituído o Dízimo. Porém, na verdade, quem somos nós para dar alguma coisa a Deus? Pois não dizemos, no altar, “tudo vem de Ti, Senhor e do que é Teu To damos”?
De algum modo, todos nós somos dizimistas, pois alguns o trazem ao Senhor e outros o dão ao Príncipe das Trevas, ao mundo e sempre ficam devendo a Deus. O Cristão fiel não contribui apenas como obrigação, mas com prazer e dedicação. Ele representa, fidelidade e amor para com Deus, assim como num casamento: uma pessoa casa e passa a ser fiel ao seu cônjuge, por amor.
Há os que casam por interesse, porque precisam fingir que são fiéis para obter a herança ou por interesses políticos ou por qualquer outra circunstância. São tipos de fidelidade forçados, porém esta não deve ser a atitude do cristão que deve agir por amor, porque o marido representa, no casamento, segundo a Bíblia, a Jesus e a esposa, a Igreja.
Para o cristão, ser Dizimista é símbolo de nossa confiança em Deus. Mas, para aqueles que dão o que sobra, não dão por amor e sim por interesse. Por isto, muitos nem têm visto as janelas do Céu e muito menos, abertas sobre suas vidas. Devemos agir como fizeram os primeiros cristãos dedicados, como fez Maria, irmã de Marta, que, conforme Jesus, escolheu a melhor parte, ao sentar-se a seus pés para ouvi-lo e praticar Sua Palavra.
A contribuição pelo dízimo seria a grande solução para a Igreja, pois todos devem saber que ela vem sofrendo necessidades financeiras graves. Há dificuldades, até mesmo, para os gastos mais comuns. As instalações estão precárias e não temos verbas para as coisas mais simples, senão por meio de eventos como os chás, almoços e outras promoções.
Mas Deus nos conhece e sabe o que acontece no nosso íntimo. Porque, como diz o profeta Jeremias, 1:5, “Antes que te formasses no ventre materno, Eu já te conhecia...”. Então, Ele sabe o que realmente acontece conosco. A ele não conseguimos enganar.
O Salmista diz: Senhor, tu me sondas e me conheces, sabes quando me sento ou quando me levanto. Para onde fugirei, longe da tua presença? Se subir aos céus, aí estás; se me deito num abismo, aí te encontro.
Aguardamos a volta de Nosso Senhor e a tarefa que Ele nos confiou ainda não está cumprida e o Dízimo faz a diferença. Já vemos os sinais de Sua volta: grandes catástrofes, tsunames, terrorismos, guerras desenfreadas, em Seu nome, além de autoridades corruptas, roubos, matanças e desastres terríveis. A própria Igreja está inerte. Há bilhões de pessoas que nem conhecem Cristo e isso nos será cobrado quando estivermos diante Dele. Hoje, lemos nos Salmos: “Oh, Senhor, quem habitará no Teu Templo? Quem poderá assistir em Teu Santo Monte? Pergunta-se: Serão os que sonegam o Dízimo do Senhor?”.
Jesus mesmo nos chama a atenção, quando nos diz: “Dai e darão também a vocês, boa medida recalcada, sacudida e transbordante e generosamente será dado a vocês, porque com a medida que você medir, você também será medido.
Portanto, acho que vale a pena você, quem ainda não é Dizimista, nem contribuinte, fazer esta EXPERIÊNCIA com Deus, já que é Ele mesmo quem propõe. Comece agora mesmo a Dizimar e espere para ver o resultado.
Honra ao Senhor com teus bens e com as primícias de toda a tua renda... e não com as sobras... Porque com a medida que medires serás também medido.
Suely Álvares Lacerda
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Sermão Domingo 31/07/2011 Próprio 13
Is 55.1-3; Sl 78.14-25; Rm 8.35-39; Mt 14.13-21.
Sermão - 31/07/11 Próprio 13
Quem poderá nos separar do amor de Cristo?
Ao redor de uma mesa, aconteceram fatos importantes na vida das pessoas, das famílias e dos povos... É para ser um encontro alegre onde se fortalecem os laços de comunhão. Comunica-se a alegria de um nascimento ou de um casamento; fortalece-se a amizade, estabelecem-se contatos de trabalho e celebram-se ritos oficiais.
As Leituras para este domingo nos convidam a sentarmos nesta mesa, que o próprio Deus preparou, e onde Ele nos oferece o alimento que sacia a nossa fome de vida, de felicidade. É o início da eternidade.
Na 1ª leitura, Deus convida a estarem numa MESA farta e gratuita, o povo faminto e sofredor, que estava no exílio. "Venham matar a sede e comprar sem ter dinheiro comer sem pagar, beber vinho e leite à vontade".
Era o apelo do profeta para que o Povo se animasse a voltar à terra de origem, para recomeçar uma vida nova. Seria o banquete da vida em liberdade, da terra repartida, da moradia garantida, da saúde, da paz e do bem estar.
A 2ª Leitura é um Hino ao amor de Deus, que enviou ao mundo o seu próprio Filho, para nos convidar ao BANQUETE da vida eterna.
No Evangelho, Cristo realiza a profecia da primeira leitura, com a Multiplicação dos Pães. Seguido por uma multidão, Jesus, como um novo Moisés, vai ao deserto (novo Êxodo), onde repete o milagre do Maná. Doa ao povo o seu pão e convida os discípulos a distribuí-lo...
O DESERTO, para o povo hebreu, era o lugar do encontro com Deus. Ali, Israel aprendeu a despir-se das suas seguranças humanas e descobrir em cada passo a maravilhosa proteção do Senhor. O deserto é o lugar e o tempo da partilha, em que todos contam com a solidariedade da Comunidade.
PASSOS de Jesus para resolver o problema da fome:
1. VÊ a "fome" e busca na comunidade a solução do problema. Quando os discípulos buscam a solução mais fácil, despedindo o povo, Jesus lhes ordena: "Dai-lhes vós mesmos de comer". Quantos necessitados de pão, de alegria, de apoio, de esperança!...
2. Ensina COMO fazer: PARTILHANDO. Recolhe os "cinco pães e dois peixes", recita a bênção e manda partilhar... Todos comeram, ficaram saciados e... até sobrou.
3. Dá a RAZÃO para a partilha: Deus é o DONO de tudo. "Tomou os 5 pães e os 2 peixes, ergueu os olhos ao céu e recitou a Bênção". A "BÊNÇÃO" é uma fórmula de ação de graças, pela qual se agradece a Deus pelos dons recebidos. Isso significa reconhecer que o dom veio de Deus e que pertence a todos os filhos de Deus. Não somos donos...
AS LEITURAS NOS LEMBRAM TRÊS VERDADES:
1ª - Deus convida todos para o "Banquete" do Reino… Os que vivem à margem da vida e da história, os que têm fome de amor e de justiça, os que vivem atolados no desespero, os que o mundo condena e marginaliza, os que não têm pão na mesa, nem paz no coração, também são convidados para a Mesa do Reino.
2ª - Jesus nos compromete com a "fome" do mundo.
- A fome é companheira cruel de milhões de pessoas... Quase dois terços da humanidade passa fome...
- Os APÓSTOLOS dão a solução mais fácil: "Despede as multidões": "mande-os para casa..."
- E JESUS não fica na mera "compaixão": cura os doentes, ilumina o povo com a sua palavra, partilha com eles o pão, entrega-se pessoalmente a eles como o Pão da Vida... E... manda dar de comer: "Dai-lhe vós mesmos de comer..."
- NÓS também somos responsáveis pela fome no mundo...
Nenhum cristão pode ficar alheio a essa triste realidade!... E o problema da fome no mundo também não se resolve apenas com programas de assistência social, mas com a partilha e com o amor.
Jesus nos convida a sentarmos à MESA
e receber o Pão que ele oferece.
A narração tem um contexto eucarístico (consagração...) Sentar-se à mesa com Jesus é comprometer-se com a dinâmica do Reino e é assumir a lógica da partilha, do amor, do serviço. Celebrar a Eucaristia nos obriga a lutarmos contra as desigualdades, os esbanjamentos… (recolheu as sobras...) Quando celebramos a Eucaristia, tornamos Jesus presente no mundo, fazendo com que o seu Reino se torne uma realidade viva na história.
Oremos por todas as pessoas que continuam saciando a fome por Deus, com o Pão da Sua Palavra e da Eucaristia e Oremos pedindo ao Senhor que envie mais trabalhadores para a Seara para que sintam a alegria de poder servir ao Senhor Deus e aos Irmãos.
Amém.
Sermão - 31/07/11 Próprio 13
Quem poderá nos separar do amor de Cristo?
Ao redor de uma mesa, aconteceram fatos importantes na vida das pessoas, das famílias e dos povos... É para ser um encontro alegre onde se fortalecem os laços de comunhão. Comunica-se a alegria de um nascimento ou de um casamento; fortalece-se a amizade, estabelecem-se contatos de trabalho e celebram-se ritos oficiais.
As Leituras para este domingo nos convidam a sentarmos nesta mesa, que o próprio Deus preparou, e onde Ele nos oferece o alimento que sacia a nossa fome de vida, de felicidade. É o início da eternidade.
Na 1ª leitura, Deus convida a estarem numa MESA farta e gratuita, o povo faminto e sofredor, que estava no exílio. "Venham matar a sede e comprar sem ter dinheiro comer sem pagar, beber vinho e leite à vontade".
Era o apelo do profeta para que o Povo se animasse a voltar à terra de origem, para recomeçar uma vida nova. Seria o banquete da vida em liberdade, da terra repartida, da moradia garantida, da saúde, da paz e do bem estar.
A 2ª Leitura é um Hino ao amor de Deus, que enviou ao mundo o seu próprio Filho, para nos convidar ao BANQUETE da vida eterna.
No Evangelho, Cristo realiza a profecia da primeira leitura, com a Multiplicação dos Pães. Seguido por uma multidão, Jesus, como um novo Moisés, vai ao deserto (novo Êxodo), onde repete o milagre do Maná. Doa ao povo o seu pão e convida os discípulos a distribuí-lo...
O DESERTO, para o povo hebreu, era o lugar do encontro com Deus. Ali, Israel aprendeu a despir-se das suas seguranças humanas e descobrir em cada passo a maravilhosa proteção do Senhor. O deserto é o lugar e o tempo da partilha, em que todos contam com a solidariedade da Comunidade.
PASSOS de Jesus para resolver o problema da fome:
1. VÊ a "fome" e busca na comunidade a solução do problema. Quando os discípulos buscam a solução mais fácil, despedindo o povo, Jesus lhes ordena: "Dai-lhes vós mesmos de comer". Quantos necessitados de pão, de alegria, de apoio, de esperança!...
2. Ensina COMO fazer: PARTILHANDO. Recolhe os "cinco pães e dois peixes", recita a bênção e manda partilhar... Todos comeram, ficaram saciados e... até sobrou.
3. Dá a RAZÃO para a partilha: Deus é o DONO de tudo. "Tomou os 5 pães e os 2 peixes, ergueu os olhos ao céu e recitou a Bênção". A "BÊNÇÃO" é uma fórmula de ação de graças, pela qual se agradece a Deus pelos dons recebidos. Isso significa reconhecer que o dom veio de Deus e que pertence a todos os filhos de Deus. Não somos donos...
AS LEITURAS NOS LEMBRAM TRÊS VERDADES:
1ª - Deus convida todos para o "Banquete" do Reino… Os que vivem à margem da vida e da história, os que têm fome de amor e de justiça, os que vivem atolados no desespero, os que o mundo condena e marginaliza, os que não têm pão na mesa, nem paz no coração, também são convidados para a Mesa do Reino.
2ª - Jesus nos compromete com a "fome" do mundo.
- A fome é companheira cruel de milhões de pessoas... Quase dois terços da humanidade passa fome...
- Os APÓSTOLOS dão a solução mais fácil: "Despede as multidões": "mande-os para casa..."
- E JESUS não fica na mera "compaixão": cura os doentes, ilumina o povo com a sua palavra, partilha com eles o pão, entrega-se pessoalmente a eles como o Pão da Vida... E... manda dar de comer: "Dai-lhe vós mesmos de comer..."
- NÓS também somos responsáveis pela fome no mundo...
Nenhum cristão pode ficar alheio a essa triste realidade!... E o problema da fome no mundo também não se resolve apenas com programas de assistência social, mas com a partilha e com o amor.
Jesus nos convida a sentarmos à MESA
e receber o Pão que ele oferece.
A narração tem um contexto eucarístico (consagração...) Sentar-se à mesa com Jesus é comprometer-se com a dinâmica do Reino e é assumir a lógica da partilha, do amor, do serviço. Celebrar a Eucaristia nos obriga a lutarmos contra as desigualdades, os esbanjamentos… (recolheu as sobras...) Quando celebramos a Eucaristia, tornamos Jesus presente no mundo, fazendo com que o seu Reino se torne uma realidade viva na história.
Oremos por todas as pessoas que continuam saciando a fome por Deus, com o Pão da Sua Palavra e da Eucaristia e Oremos pedindo ao Senhor que envie mais trabalhadores para a Seara para que sintam a alegria de poder servir ao Senhor Deus e aos Irmãos.
Amém.
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